A presença do secretário Municipal da Fazenda (Semfaz), Jeferson Passos, na Audiência Pública que aconteceria na manhã desta quinta-feira, 14, na Câmara Municipal de Aracaju (CMA), acabou gerando uma grande confusão entre os vereadores e a mesa diretora da Casa. Escalado para esclarecer os questionamentos dos parlamentares sobre o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e o projeto de lei do Executivo Municipal para a contratação de um empréstimo de até R$ 9,6 milhões junto ao Banco do Brasil, o secretário não compareceu ao compromisso alegando um suposto mal estar, gerando indignação por parte dos vereadores que ameaçam pedir a destituição da mesa diretora.
A situação causou uma grande discussão no plenário da Casa após a mesa diretora suspender a audiência pública sem informar com clareza o motivo aos vereadores que chegaram cedo ao parlamento para cumprir com as suas atividades, dentre eles a vereadora Kitty Lima (Rede), que se disse decepcionada com o comportamento dos membros da mesa e da atual gestão municipal. “Falta de respeito com os vereadores e de consideração com a população. É o que a gente sempre fala aqui, nunca tem a transparência necessária, essa gestão é marcada pela falta de transparência. Tivemos a promessa ontem, da presidência da Câmara, de que não teríamos o grande expediente nesta quinta-feira para que pudéssemos escutar o secretário Jeferson Passos e termos as nossas dúvidas sobre a LDO e o projeto do empréstimo de R$ 9,6 mi esclarecidas. Essa visita serviria para esclarecermos todos os pontos, mas o que vimos aqui foi um show de falta de respeito com os vereadores desta e de consideração com a população de Aracaju. Nós temos uma mesa diretora que nunca nos dá informações concretas, e por isso eu e outros vereadores inconformados com essa situação iremos nos reunir para avaliar uma forma de tentar destituir essa mesa”, lamentou Kitty.
Ao chegar na Câmara, Jeferson Passos se reuniu a portas fechadas com membros da base aliada do prefeito enquanto os demais vereadores o aguardavam no Plenário. Ao ser anunciado que ele não participaria da audiência devido a um mal estar – informação passada pelo vereador Vinícius Portos (DEM) – os ânimos ficaram exaltados. “O secretário veio a esta Casa e ficou a portas fechadas na sala de comissões com alguns vereadores da base aliada do prefeito Edvaldo Nogueira enquanto nós o esperávamos no plenário. De repente o vereador Thiaguinho Batalha, que presidia a sessão, disse que não sabia se ocorreria a audiência pública, aliás não é de se admirar posicionamento como esse porque é uma mesa que nunca está presente nas sessões. Aí então o vereador Vinícius Porto comunicou que o secretário não participaria mais da audiência porque passou mal e tinha ido embora da Câmara. Quando o vereador Cabo Amintas foi até a sala de comissões, se deparou com o secretário reunido com a presidência da Câmara, aparentemente bem e sem nenhum problema de saúde, situação que nos deixou bastante indignados”, contou a vereadora, que lamentou a forma como a ‘casa do povo’ vem sendo desrespeitada.
“Todos nós ficamos com os ânimos bastante exaltados porque a gente não pode permitir que essa Casa continue sendo desrespeitada como vem sendo feito diariamente, é revoltante”, colocou.
Ainda de acordo com a vereadora, essa não seria a primeira vez que assuntos polêmicos são discutidos de forma restrita na Câmara, sempre com o aval da base aliada do prefeito. “Infelizmente esses assuntos mais polêmicos envolvendo a prefeitura são sempre discutidos a portas fechadas e a favor da base aliada. A gente não quer mais isso, o povo tem que escutar o que os gestores têm a dizer sobre tudo o que se refere à administração pública, é preciso que a gestão preste contas sim. O que vimos hoje foi uma mesa que saiu em defesa de um secretário da gestão municipal que nunca quer dar explicações ao povo, e quando vem não aparece e passa mal do nada. Quando se falou ainda em cobrar dele um atestado médico, ele disse que não tinha obrigação nenhuma de fazer isso. Foi uma situação lamentável e que a gente espera que esta Casa se dê ao respeito”, cobrou Kitty.
Por Felipe Maceió