O Museu da Gente Sergipana, localizado na cidade de Aracaju, foi o cenário escolhido para a 13ª edição da Mostra de Cinema e Direitos Humanos, evento promovido pela Universidade Federal Fluminense (UFF) de Niterói e pelos ministérios da Cultura e dos Direitos Humanos e Cidadania, do Governo Federal. Dos dias 12 a 14 de março, a Mostra de Cinema tratou do tema ‘Vencer o ódio, semear horizontes’ e teve como foco a temática dos direitos humanos, abrangendo uma ampla gama de conteúdos e reflexão da diversidade da produção cinematográfica de todas as regiões do país.
Nesta edição 2023-2024, a Mostra contou com o apoio da Secretaria de Estada da Educação e da Cultura (Seduc), além das parcerias com o Instituto Banese e com o Núcleo Interdisciplinar de Cinema e Educação da Universidade Federal de Sergipe (Nice/UFS). O evento foi totalmente gratuito para o público geral, entusiastas da sétima arte.
Nos dias 13 e 14, os estudantes de escolas da rede estadual de ensino tiveram o privilégio de acompanhar sessões exclusivas, acompanhadas de debates sobre os filmes assistidos logo em sequência. Pela manhã de terça-feira, os alunos do Centro de Excelência Professor José Carlos de Souza e do Centro de Excelência Doutor Leandro Maciel, da cidade de Aracaju, tiveram a oportunidade de acompanhar quatro curtas-metragens diferentes – ‘Tesouro Quilombola’, ‘Mutirão, o filme’, ‘Cósmica’ e ‘O Pato’, seguidos por debate.
Na quarta, foi a vez dos estudantes do Colégio Estadual Ministro Petrônio Portela, de Aracaju, e do Colégio Estadual João Batista Nascimento, do município de Nossa Senhora do Socorro, que estiveram presentes na sessão do filme ‘Um Filme de Verão’, da diretora carioca Jô Serfaty.
“Gostei bastante do que o filme retratou”, contou a aluna Rosilene Correia Santos, da 2ª série B do Petrônio Portela, destacando também que participar da mostra foi muito importante até mesmo como um incentivo para discutir as políticas de direitos humanos não só no ambiente escolar, mas também fora dele. “Eu acho ótimo ter eventos assim por parte das escolas. Ter um dia que nós possamos desenvolver os direitos humanos de uma forma diferente, com a cultura e o cinema, foi incrível. Espero que tenham mais edições para nossas escolas daqui para frente”, acrescentou.
Já a estudante Letícia Barbosa, da 1ª série do Ensino Médio no João Batista Nascimento, enxergou a Mostra como essencial para entender os direitos que os cidadãos devem possuir dentro da sociedade, ainda mais com os debates promovidos após as películas. “Vemos em nossa cidade, e até mesmo mundo afora, muita intolerância e muita desigualdade. Com essa mostra de filmes, fica mais fácil enxergar esses problemas, ainda mais para nós, alunos, que gostamos de ver. Isso é muito importante para desenvolver os direitos humanos nas escolas”, acrescentou.
Uma das responsáveis pela produção local da Mostra foi a professora Maria Beatriz Colucci, integrante do Nice/UFS. Ela comentou sobre a alegria de ver jovens estudantes interessados em participar e interagir no meio da educação e do cinema. “Esse tipo de atividade é muito abordada no campo de cinema-educação. São produções cinematográficas que geralmente não vemos nos setores mais comerciais da indústria. São histórias que falam dos direitos humanos e da potência que o cinema tem dentro das escolas. Estamos utilizando o cinema como meio para os estudantes se autorrepresentarem e reelaborarem a maneira como eles pensam as suas histórias”, citou Maria Beatriz.
Mostra Cinematográfica
De acordo com as informações do site da mostra, a 13ª edição apresentou um total de 18 filmes, cuidadosamente selecionados por profissionais cujas obras refletem temas cruciais como racismo, direitos das mulheres, inclusão de pessoas com deficiência, culturas indígenas e diversidade LGBTQIAPN+. Após sua exibição nas capitais, a mostra seguirá para várias outras localidades no interior dos estados, onde o acesso será gratuito, buscando ampliar o alcance e impacto dessas narrativas inspiradoras.
As exibições ocorreram presencialmente em todas as 26 capitais e no Distrito Federal. No caso de Sergipe, os filmes foram apresentados em Aracaju, enquanto as oficinas ocorreram na UFS, em São Cristóvão.