O presidente da Câmara Municipal de Aracaju (CMA), vereador Ricardo Vasconcelos (Rede), é um profundo defensor da Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso). Ao longo do mandato, o parlamentar, que é funcionário de carreira da estatal, tem feito diversas ações para valorizar e manter a empresa de forma pública.
Nesse sentido, o parlamentar participou da ação de lançamento da Frente Sergipana em Defesa da Deso Pública, realizada pelo Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgotos do Estado de Sergipe (Sindisan), nesta terça-feira, 19. O grande objetivo da Frente é agregar forças políticas, movimentos social, sindical e popular e todos aqueles que apoiam a luta contra o projeto de privatização da água e do saneamento básico em Sergipe.
Nos próximos dias, o governo do Estado pretende encaminhar para a Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), um projeto de lei para uma Parceria Pública Privada (PPP) na Companhia. “Nós continuamos nessa luta pela manutenção da empresa pública e acredito que esse projeto, que será encaminhado para a Assembleia, será bem discutido pelos parlamentares e a nossa postura continua a mesma, que é a de constituir pontes e diálogo com o poder público para que, cada vez mais, a gente possa fazer investimentos na Deso, para que ela cumpra a sua missão social”, afirmou Ricardo Vasconcelos.
Para o presidente do Sindisan, Silvio Sá, o lançamento da Frente é uma forma de mostrar ao governador o descontentamento de toda a população. “Da mesma forma que o governo quer dar celeridade ao processo de privatização, o sindicato também não para. E hoje, aqui, nós convidamos a imprensa e a classe política para um amplo lançamento de uma Frente sergipana de apoio à Deso pública, em defesa da água dos sergipanos”, ressaltou.
Durante o evento, o sindicato também apresentou dados sobre a situação da Deso e números que comprovam a inviabilidade econômica da proposta defendida pelo governador Fábio Mitidieri (PSD), de concessão parcial à iniciativa privada dos serviços de abastecimento de água e coleta e tratamento dos esgotos por 35 anos.
“Nós mostramos, por meio de números, que a Deso é uma empresa superavitária e tem total condições de fazer captação de recursos e de atingir as metas do novo marco regulatório enquanto empresa pública e que não precisa passar para iniciativa privada”, completou Silvio Sá.
O vereador Camilo Daniel (PT) também descartou a necessidade de privatização da Companhia. “A Deso, enquanto empresa pública de saneamento, é completamente lucrativa, em primeiro lugar. Em segundo lugar, que o grande pacote que o governo do Estado está pensando é um pacote de dividir em microrregiões para vender em lotes essa companhia. Qual é o problema disso? É que fere os princípios constitucionais. A responsabilidade do saneamento público é do município, não é do Estado. Então, é um projeto completamente inconstitucional”, revelou.
O deputado federal João Daniel (PT) também acompanhou o lançamento da Frente e ressaltou a importância de se manter a Deso como empresa pública. “Temos que manter a Deso pública porque água é vida e a entrega desse serviço ao capital privado vai trazer grandes prejuízos para a população como o aumento da tarifa. Além disso, em todos os locais em que o serviço foi privatizado só fez piorar e estão revertendo o processo, como é o caso do nosso vizinho, Alagoas”, afirmou.
Por Bruno Almeida