Resultados são apresentados em feiras científicas, a exemplo da reunião na Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência
Alunos do Centro de Excelência Hamilton Alves Rocha, do município de São Cristóvão, desenvolveram, juntamente com a professora Patrícia Andrade, um projeto que visa aumentar a sustentabilidade por meio das vagens de sementes de moringa utilizadas no biodiesel. O projeto ‘Potencial Aplicação de Esponjas Adsorventes na Indústria Têxtil’ tem como foco usar as sementes da moringa para fazer biodiesel e estudar como as vagens dessas sementes, que antes eram descartadas, podem ser usadas para remover corantes, por meio da criação de esponjas adsorventes.
Na pesquisa, os alunos descobriram que as vagens têm uma estrutura porosa e que por isso podem adsorver mais de 95% do corante azul de metileno, como explica a professora Patrícia Andrade. “Eles analisaram as vagens com um microscópio e viram que são porosas, e também determinaram que a vagem tem uma carga neutra, com pH 6. A solução usada tem pH 7, que é acima de 6, então a vagem consegue adsorver o corante com eficiência”, completa a professora.
O projeto do Centro de Excelência foi apresentado na 76ª reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que ocorreu entre os dias 7 e 13 de julho, na cidade de Belém/PA. Juntamente com ele, mais alguns estudantes sergipanos levaram dois projetos da rede pública estadual a serem os mais visitados do evento. São eles: ‘Dignidade Menstrual Sustentável’, feito pelas alunas do Colégio Estadual Dr. Antônio Garcia Filho, de Umbaúba; e o ‘Biotecpalm’, realizado pelos alunos Kevelyn Letícia Santana, Antonio Lucas Oliveira e Kaike Oliveira, sob a orientação do Centro de Excelência 28 de Janeiro, de Monte Alegre.
Na prática
O projeto ‘Potencial Aplicação de Esponjas Adsorventes na Indústria Têxtil’ surgiu a partir de outra pesquisa intitulada ‘Meninas na Ciência’, uma parceria da Universidade Tiradentes (Unit), Universidade Federal de Sergipe (UFS) e a escola que tinha como objetivo incentivar as meninas na área de exatas.
A professora Patrícia Andrade, que faz parte do projeto ‘Meninas na Ciência’, percebeu em uma das pesquisas que tinha foco na produção de biodiesel a partir das sementes da Moringa oleífera, que, após realizar a separação da vargem, ficava um resíduo. Ao ser realizado um teste, os pesquisadores podem notar um material poroso. Após essa análise, eles iniciaram um novo projeto, ‘Potencial Aplicação de Esponjas Adsorventes na Indústria Têxtil’, em 2019, com os alunos do Centro de Excelência Hamilton Alves Rocha.
Atualmente, o projeto está sendo desenvolvido pelos alunos Adryam Daniel, Nelson Victor e Vinícius Pereira. Nelson participa do projeto há um ano e o seu interesse surgiu com o intuito de obter mais conhecimento e disciplina. “A partir do projeto, estou conhecendo a química mais de perto, obtendo assim um melhor conhecimento da área”, explica.
Feiras científicas
A pesquisa já foi apresentada em algumas feiras científicas dentro e fora de Sergipe, que resultaram em seleções para participação de eventos. Em 2021, eles ganharam em 5° lugar na XI Feira Científica de Sergipe e em 2022 retornaram para a XII Feira de Ciências de Sergipe e levaram o 1º lugar; em 2023, na XIII edição da Feira de Ciências, ficaram em 2° lugar.
Foram finalistas na Olimpíada de Territórios de Sergipe (OTS) e em 2023 foram premiados com os trabalhos na Feira de Ciências de Sergipe (Cineart) e selecionados para representar o estado com mais dois projetos sergipanos na 76ª reunião da 31ª Edição da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) que aconteceu na cidade de Belém, no Pará, no período de 7 a 13 de julho de 2024. Recentemente, também foram classificados para participar da 5ª Mostra Nacional de Ciências em Brasília.
O diretor do Centro de Excelência Hamilton Alves Rocha, Moisés Marques, pontuou a importância do projeto para a comunidade, uma vez que aumentou o estímulo para a ciência e a pesquisa nos alunos. “O projeto trouxe para nossos alunos um ânimo novo, proporcionou representar Sergipe em eventos importantes. Este ano, o projeto conseguiu uma adesão muito grande por parte dos alunos, ressaltando a importância da ciência e pesquisa na vida deles”, finaliza o diretor.
Fonte: ASN