Com uma população estimada em 2.319 milhões de pessoas, em 2020, 59,3% da população de Sergipe tinha algum tipo de rendimento. Isso representa um total de 1.374 milhão de pessoas, percentual que manteve-se estável em relação a 2019. O que vem mudando ao longo dos anos é o tipo de rendimento que o cidadão apresenta, com destaque para o rendimento de “outras fontes”, que envolve aposentadoria e pensão, aluguel e arrendamento, pensão alimentícia, mesada e outros rendimentos.
Os dados constam na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C), divulgada nesta sexta-feira (19), pelo IBGE, e que investiga, regularmente, informações sobre os rendimentos provenientes de todos os trabalhos e de outras fontes não oriundas do trabalho das pessoas residentes no Brasil.
Conforme a pesquisa, se em 2012, 23,9% das pessoas contavam com um rendimento de outras fontes, esse percentual, em 2020, foi de 32,9%. Inclusive, em relação a 2019, esse percentual foi maior em 6 pontos percentuais (p.p.). Com isso, Sergipe apresentou o sexto maior percentual do país em relação às pessoas que utilizam “outras fontes” como parte de seu rendimento.
O principal destaque dentro do grupo “outras fontes” são os “outros rendimentos”, que podem compreender os programas sociais do governo, seguro-desemprego, rendimentos de poupança, dentre outros. A principal variação percentual vem de “outros rendimentos”, já que em 2012, 12% contavam com isso, enquanto que em 2020, esse percentual subiu para 19%.
Em contrapartida, nota-se em Sergipe, ao longo dos anos, uma redução do rendimento habitualmente obtido em todos os trabalhos, que reduziu de 39,5% em 2019 para 34,6% em 2020, seguindo uma tendência nordestina. Por exemplo, a região Sul permanecia com o maior percentual de pessoas com rendimento habitualmente recebido de todos os trabalhos (46,0%). A Região Nordeste, por outro lado, registrava o menor percentual de pessoas com rendimento recebido de todos os trabalhos (32,3%) em 2020 e o maior percentual daquelas que recebiam de outras fontes (32,8%).
Cresce percentual de pessoas ocupadas com ensinos médio e superior completos
Em Sergipe, no ano de 2020, 803 mil pessoas com 14 anos ou mais de idade estavam ocupadas na semana de referência. Em 2019, eram 908 mil pessoas. Desse total, 70% são pardas, 19,7% brancas e 9,8% pretas. Em relação à faixa etária, 28,1% têm de 18 a 29 anos de idade, assim como 28,1% de 30 a 39 anos. Em 2020, percebeu-se um leve aumento de 13,6% para 15% da população com 50 a 59 anos que estavam ocupadas. Em relação ao sexo, 59% da população ocupada é masculina e 41%, feminina.
O principal nível de escolaridade é o Ensino médio completo ou equivalente, que corresponde a 35% da população ocupada. Com isso, nota-se que ao longo dos anos, o percentual de pessoas com maior nível de instrução tem crescido. Por exemplo, em 2018 havia 29,2% das pessoas com Ensino Médio completo ocupadas, subindo para 31,2% em 2019 e 35% em 2020.
As pessoas com ensino superior completo também cresceram na passagem de 2019 para 2020, saindo de 14,8% para 16,6%. O movimento contrário é de pessoas sem instrução no nível da escolaridade, pois, somente 2,7% estavam ocupadas. Em 2018, eram 4%. Isso ocorre também em pessoas com ensino médio incompleto, que reduziram de 33,1% em 2019 para 27,7% em 2020.
Desigualdades de rendimento por gênero, cor ou raça e escolaridade
Em Sergipe, o rendimento médio mensal das pessoas com 14 anos ou mais de idade foi de R$ 1.837 em 2020. Esse rendimento é maior na comparação com 2019, que foi de R$ 1.660. Percebe-se uma clara distinção de rendimentos na análise por cor ou raça, assim como por sexo e nível de instrução.
Enquanto uma pessoa preta tem um rendimento médio de R$ 1.522, uma pessoa branca pode ter um rendimento de R$ 2.940. Isso acontece também na análise por sexo, já que a média de rendimento entre homens é de R$ 1.962, diante de R$ 1.658 entre mulheres.
Na comparação por nível de instrução, uma pessoa com ensino superior completo tem um rendimento cerca de 6 vezes maior, do que uma pessoa sem instrução. Por exemplo, o rendimento médio de uma pessoa sem instrução foi de R$ 776, juntamente com R$ 1.617 de uma pessoa com ensino médio. Enquanto isso, o rendimento médio de uma pessoa com ensino superior chegou a R$ 4.517.
Índice de Gini cai em Sergipe, mas ainda é o 8º maior do país
O índice de Gini é um indicador que mede distribuição, concentração e desigualdade econômica e varia de 0 (perfeita igualdade) até 1 (máxima concentração e desigualdade). Quando calculado para o rendimento médio mensal recebido de todos os trabalhos, ele foi 0,524 em 2020, sendo o oitavo maior índice do país e tendo apresentado uma redução em relação a 2019 (0,581). O maior índice foi registrado no Distrito Federal, com 0,548 e o menor, em Santa Catarina, com 0,412.
Da redação, AJN1