Para evitar a proliferação do Aedes aegypti, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), mantém a realização de ações contínuas de combate ao mosquito. Com a impossibilidade de realização das visitas intra domiciliares feitas pelos agentes de endemias e, consequentemente, as coletas para o LIRAa (Levantamento Rápido do Índice de Infestação pelo Aedes aegypti), a capital sergipana tem registrado aumento do número de casos de dengue desde o início do ano, passando de 25 em abril, para 124 em julho.
De janeiro a abril, estávamos entrando na casa das pessoas e o número de casos notificados estava caindo. Com a pandemia, o trabalho foi adaptado. A partir de maio, os números voltaram a subir e junho registrou o maior número de casos notificados do ano. O que pode sobrecarregar as unidades, já que alguns sintomas são parecidos com os da covid-19, como dor no corpo, febre”, destaca o gerente do Programa de Controle do Aedes aegypti da SMS, Jeferson Santana.
De acordo com o último LIRAa realizado pelo município, mais de 95% dos focos de dengue estavam dentro das residências. Por isso, ressalta o gerente, é importante que a população faça a sua parte nesse enfrentamento, evitando acumular água sem os devidos cuidados.
“Essa é uma situação que exige o controle mais efetivo de toda população aracajuana. Importante deixar claro que as nossas ações continuam, semanalmente, os mutirões são mantidos aos sábados, mas a participação das pessoas é de fundamental importância”, ressalta Jeferson.
Com a pandemia do coronavírus, as equipes de combate às endemias e os agentes comunitários de saúde foram orientados a não realizarem visitas intradomiciliares.
Mutirões e fumacê
De acordo com o calendário estabelecido pela SMS, os mutirões de combate ao mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya estão acontecendo três sábados ao mês. Já as ações de aplicação do fumacê costal, outra medida de combate ao mosquito adotada pela administração municipal, foram prorrogadas.
Para que o fumacê seja aplicado, a Secretaria da Saúde baseia-se no número de casos notificados das doenças transmitidas pelo mosquito em cada localidade. Ao identificar o local das notificações, equipes de campo são enviadas para fazer o bloqueio de transmissão naquela área, com um trabalho focal, para tentar identificar e destruir os possíveis focos e criadouros para, em seguida, entrar com o fumacê.
“É importante que essas notificações cheguem para nós em um tempo hábil, que as pessoas ao perceberem os primeiros sintomas já procurem o serviço de saúde, porque nas unidades básicas é que são feitas as notificações desses casos, nelas também coletamos o sangue para fazer o exame de sorologia e isso tudo é fundamental pois, a partir das notificações, desencadeia-se uma série de ações que vamos fazer na região”, explica Jeferson Santana.
Embora importante em dado momento, a eficiência do fumacê, frente às ações de campo e ao cuidado que cada pessoa deve tomar, é pequena. De acordo o gerente, muitas vezes o fumacê pode mascarar a situação, gerando conforto momentâneo na população que, por consequência, achará que está tudo tranquilo e deixará os depósitos cheios de água, possibilitando a formação de criadouros do mosquito.
“O objetivo principal é que cada pessoa verifique seus quintais e não deixe água parada, porque é aí onde a gente destrói o mosquito, acaba com o ciclo de desenvolvimento do mosquito no início. O fumacê só tem ação sobre o mosquito adulto, que estiver voando no momento da aplicação”, enfatiza Jeferson ao destacar que a principal ação precisa partir da população.
Fonte: PMA