
Ações educativas aconteceram no shopping Prêmio nos dias 12 e 13 de janeiro
Para conscientizar a população sobre os prejuízos causados pelos trotes telefônicos, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192 Sergipe) realizou mais uma ação educativa da campanha “Sou amigo do Samu – não passo trote!”. Desta vez, o local escolhido foi o shopping Prêmio, no município de Nossa Senhora do Socorro. A ação iniciou na tarde de quinta-feira, 12, e encerrou no final da sexta, 13.
A ação começou com uma blitz educativa na porta do shopping, com entrega de panfletos e adesivos (alertando sobre os riscos das ligações falsas) feita pela equipe do Samu e da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) de Nossa Senhora do Socorro e Aracaju.
“Aproveitamos as férias escolares para realizar essa ação porque as crianças ficam ociosas em casa. Nada melhor do que trazê-las ao shopping para que, além do lazer, possam entender os malefícios causados pelos trotes, como também conhecer o funcionamento do Samu”, explicou o coordenador do Núcleo de Educação Permanente do Samu (NEP), Ronei Barbosa.
A iniciativa contou também com o grupo teatral “Cones”. Os atores encenaram sobre jovens que ficam passando trote para vários estabelecimentos e, em seguida, para o Samu. “Durante a peça, mostramos que, após receber a ligação falsa, o Samu prontamente se desloca para o local indicado da ‘suposta brincadeira’. Na apresentação, o problema é que o mesmo garoto que passou trote sofre um acidente de bicicleta e o Samu demora a atender, devido à ocorrência falsa. O jovem sentiu na pele os riscos que uma ligação falsa pode causar”, sintetizou o ator do grupo Cones, Daniel Araújo.
A superintendente do Samu 192 Sergipe, Lúcia Santos, alerta sobre os riscos de passar trote para o serviço. “Ligação falsa é crime e traz consequências para o serviço. Uma equipe do Samu se desloca para atender a ocorrência que não é verdadeira, podendo atrasar um atendimento real. Há também o prejuízo financeiro porque o deslocamento de uma equipe leva gasto de combustível, de equipamentos e materiais, sem falar no desgaste psicológico das equipes”, pontua Lúcia.
Ainda de acordo com a gestora, os telefonistas atendem várias ocorrências em um intervalo curto de tempo, e a chamada falsa estressa o profissional que está preparado para atender, com eficiência, uma ocorrência real. “Outro transtorno é a ocupação das linhas telefônicas com os trotes. Naquele momento, alguém pode estar precisando ligar e tem uma linha ocupada com uma ocorrência falsa. Os prejuízos são inúmeros por essa prática de péssimo gosto”.
Para a secretária de Estado da Saúde, Conceição Mendonça, uma das diretrizes do Samu é a educação. “Idealizamos esse projeto porque acreditamos que a saúde deve andar lado a lado com a educação para esclarecer à população a importância de ligar para o número 192, um número que salva vidas. Nesse período de férias escolares, notamos que o número de ligações falsas aumenta demasiadamente, por que muitas crianças pegam o telefone e começam a ligar para o Samu”, alerta.
A campanha “Sou amigo do Samu – não passo trote!” foi lançada em 2014 pelo Samu com o objetivo de esclarecer e criar um vínculo positivo entre o serviço e o público jovem, apresentando para a comunidade as graves consequências do trote.
Perfil
No ano de 2016, das 103 mil chamadas recebidas pelo Samu, 48.421 foram trotes. Ainda segundo o coordenador do NEP/Samu, Ronei Barbosa, existe um perfil da pessoa que realiza essa prática criminosa.
“Normalmente os trotes são recebidos no final da manhã até o começo da tarde. Pela entonação da voz, acreditamos que sejam crianças e adolescentes. Já à noite, o perfil muda um pouco: normalmente são trotes de palavras ofensivas, palavras de baixo calão, de cunho sexual, principalmente com as telefonistas mulheres. Já na madrugada, por exemplo, temos índices que chegam a 80% de ligações falsas”, explica.
A dona de casa, Rosangela Almeida, mãe da garota Sarah Sofia de Almeida Ribeiro, de 6 anos, afirma que os pais devem ficar atentos e alertar aos filhos sobre o prejuízo dos trotes. “Fiz questão de trazê-la quando soube dessa ação. Lá em casa, meus filhos aprendem desde pequenos a não passar trote. Explico que só pode ligar para o Samu se a mamãe ou o papai estiverem passando mal”, relata.
Agência Sergipe de Noticias