No mês de abril, o custo médio da cesta básica de alimentos em Aracaju apresentou aumento expressivo de 5,04%, de acordo com pesquisa divulgada nesta sexta-feira (6), pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Na prática, os aracajuanos tiveram que desembolsar R$ 551,47 para levar o conjunto de alimentos perecíveis para casa. Mesmo com o gordo aumento, a capital sergipana ainda detém a cesta mais barata do Brasil. Vale frisar que no mês de março, a alta foi de 1,58%, em fevereiro, de 1,77%, e em janeiro, elevação expressiva de 6,23%.
Entre março e abril, as altas mais expressivas ocorreram em Campo Grande (6,42%), Porto Alegre (6,34%), Florianópolis (5,71%), São Paulo (5,62%), Curitiba (5,37%), Brasília (5,24%) e Aracaju (5,04%). A menor variação foi observada em João Pessoa (1,03%).
São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 803,99), seguida por Florianópolis (R$ 788,00), Porto Alegre (R$ 780,86) e Rio de Janeiro (R$ 768,42). Nas cidades do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta é diferente das demais capitais, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$551,47) e João Pessoa (R$ 573,70).
A comparação do valor da cesta em 12 meses, ou seja, entre abril de 2022 e abril de 2021, mostrou que todas as capitais tiveram alta de preço, com variações que oscilaram entre 17,07%, em João Pessoa, e 29,93%, em Campo Grande.
Salário mínimo
Com base na cesta mais cara, que, em abril, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário.
Em abril de 2022, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 6.754,33, ou 5,57 vezes o mínimo de R$ 1.212,00. Em março, o valor necessário era de R$ 6.394,76, ou 5,28 vezes o piso mínimo. Em abril de 2021, o valor do mínimo necessário deveria ter sido de R$ 5.330,69, ou 4,85 vezes o mínimo vigente na época, de R$ 1.100,00.
Comportamento dos preços
O óleo de soja registrou aumento em todas as capitais, entre março e abril. As variações oscilaram entre 0,50%, em Vitória, e 11,34%, em Brasília. Os altos preços internacionais e a elevada demanda externa pelo produto pressionaram as cotações no varejo.
O preço do quilo do pão francês subiu em todas as cidades, entre março e abril. Houve redução da oferta de trigo no mercado externo, por causa do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, e, internamente, a valorização do dólar em relação ao real fez com que o produto importado chegasse mais caro ao país. As altas mais expressivas foram observadas em Campo Grande (11,37%), Aracaju (9,70%) e Porto Alegre (7,07%).
Também a farinha de trigo, coletada na região Centro-Sul, apresentou elevações significativas em quase todas as capitais, com destaque para as taxas de Belo Horizonte (11,08%), Porto Alegre (10,07%) e Brasília (9,54%).
O leite integral registrou aumento de preços em 17 cidades, em abril. As maiores elevações ocorreram em Florianópolis (15,57%), Curitiba (14,15%), Porto Alegre (13,46%) e Aracaju (11,31%). A manteiga também apresentou alta em todas as capitais, em abril, com elevações que variaram entre 0,61%, em Fortaleza, e 6,92%, em Curitiba. A menor oferta no campo, decorrente dos altos custos de produção – medicamentos, adubos, milho, soja e combustíveis – e a disputa das indústrias de laticínios pela matéria-prima elevaram o valor dos derivados lácteos no varejo.
A batata, coletada na região Centro-Sul, apresentou aumento em todas as capitais, com taxas entre 14,63%, em Porto Alegre, e 39,10%, em Campo Grande. As chuvas e a alta da demanda na Semana Santa provocaram redução na oferta, o que elevou o preço no varejo.
O valor médio da farinha de mandioca, pesquisada no Norte e no Nordeste, subiu em quase todas as cidades. As maiores variações foram registradas em Natal (7,76%) e Fortaleza (3,73%). A única queda ocorreu em João Pessoa (-1,57%). Com menor oferta da raiz e maior demanda das processadoras, o valor apresentou alta no varejo.
O preço médio do arroz agulhinha aumentou em 16 capitais. As altas oscilaram entre 0,17%, em João Pessoa, e 10,24%, em Curitiba. A retração foi registrada em Campo Grande (-2,70%). Mesmo com o avanço da colheita em abril e a oferta maior, os preços no varejo seguiram a tendência de valorização da cotação internacional do grão.
O preço do quilo do café em pó subiu em 16 capitais, exceto em Vitória (-2,73%).
Os principais aumentos ocorreram em Aracaju (7,58%), Florianópolis (4,67%), Belo Horizonte (3,74%) e Fortaleza (3,74%). A valorização do dólar diante do real e a alta dos preços internacionais explicaram a elevação no varejo.
O preço do feijão aumentou em 15 capitais. O tipo carioquinha teve alta em todas as capitais onde é pesquisado: no Norte, Nordeste, Centro-Oeste, em Belo Horizonte e São Paulo. As taxas variaram entre 3,86%, em João Pessoa, e 11,89%, em Belém. Já o preço do feijão preto, pesquisado nas capitais do Sul, em Vitória e no Rio de Janeiro, diminuiu em Vitória (-2,68%) e Florianópolis (-2,20%) e subiu em Porto Alegre (2,51%), Curitiba (2,44%) e Rio de Janeiro (0,57%). A menor oferta do grão carioquinha é um dos motivos da alta no varejo.
Da redação, AJN1