O Monitor de Secas – instrumento de acompanhamento regular e periódico da situação da seca no Nordeste, coordenado pela Agência Nacional de Águas –, informou nesta quarta-feira (17), que a faixa Oeste do território sergipano apresentou situação de seca extrema no último mês de setembro.
Trocando em miúdos, isso significa dizer que praticamente não ocorreram chuvas no mês passado, principalmente nesta área exemplificada no mapa [veja acima]. Assim, parte de Sergipe permanece com uma severidade de estiagem, com impactos de curto e longo prazo.
De acordo com Aílton Rocha, superintendente de Recursos Hídricos, vinculado à Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos de (Semarh), a progressão das secas foi classificada em seis categorias: “sem seca relativa”, que no mapa aparece em branco; “seca fraca”, em amarelo-claro; “seca moderada”, de cor bege; “seca grave”, em laranja; “seca extrema”, em vermelho, e seca excepcional, em cor vinho.
Conforme esta classificação, Sergipe está dividido em quatro níveis de estiagem: o Litoral apresenta seca fraca; o Agreste, seca moderada; o Médio Sertão, seca grave; e o Alto Sertão seca extrema.
“Antigamente, não se tinha um monitoramento de secas no Nordeste que permitissem se trabalhar de forma qualificada e mensal. Então, se desenvolveu esse modelo, em parceria com todos os estados do Nordeste, coordenado pela ANA. Mas qual a importância disso? Permitir o planejamento para que os gestores, sejam eles públicos ou privados, tomem iniciativas de mitigação desses impactos”, explica o superintendente, que coordena o monitoramento em Sergipe com o apoio de um grupo de trabalho formado por Emdagro, Defesa Civil, Deso, Cohidro, Codevasf, UFS e IFS.
Situação de emergência
Segundo o diretor da Defesa Civil Estadual, tenente coronel Alexandre José, até o momento, em virtude da estiagem6, 16 municípios decretaram situação de emergência, são eles: São Miguel do Aleixo, Carira, Tobias Barreto, Poço Redondo, Gararu, Monte Alegre de Sergipe, Canindé de São Francisco, Frei Paulo, Ribeirópolis, Nossa Senhora de Lourdes, Itabi, Simão Dias, Poço Verde, Pinhão, Nossa Senhora da Glória e Graccho Cardoso. E a lista ainda vai aumentar, isso porque os municípios de N. Sra. Aparecida e Porto da Folha já solicitaram pedidos de calamidade.
“Quase a totalidade do Alto Sertão já decretou situação de emergência. A intensidade dos efeitos da seca no mapa da ANA vai aumentando conforme se afasta do litoral, abrangendo o Alto Sertão. Então, esses municípios são os que mais sofrem e são os alvos de atenção do Estado em relação à ajuda que damos, a exemplo da operação pipa”, afirmou o tenente coronel Alexandre José.
Operação pipa
Hoje, conforme Alexandre, nove municípios são atendidos pela operação pipa, tanto com recursos do estado quanto do governo federal. São eles, Tobias Barreto, Poço Verde, Pinhão, Carira, Frei Paulo, Gararu, Monte Alegre, Poço Redondo e Canindé de São Francisco. “A Defesa Civil está acompanhando essa evolução. Hoje, Sergipe atua com 93 carros pipas e vamos aumentar. Há uma atenção dos governos do estado e federal para minimizar os efeitos dessa estiagem”.
Monitor de Secas
O objetivo do Monitor é integrar o conhecimento técnico e científico já existente em diferentes instituições estaduais e federais e estabelecer diferentes graus de severidades da estiagem, permitindo acompanhar a evolução temporal e espacial. As informações são atualizadas mensalmente. O modelo foi baseado no Monitor de Secas dos Estados Unidos, desenvolvido pelo Centro Nacional de Mitigação de Secas dos EUA (NDMC).