No duelo entre os dois melhores brasileiros no Mundial de Clubes, o Palmeiras derrotou o Fluminense de virada, no Maracanã, e se fortaleceu no Brasileirão. Vitor Roque foi decisivo no triunfo por 2 a 1 dos paulistas, definido com um gol do talentoso atacante, que parece estar tirando aos poucos o peso de ter sido o atleta mais caro do futebol brasileiro. Foi a sexta vitória em sete partidas fora de casa do time alviverde, o melhor visitante da competição.
O “Tigrinho” fez tudo sozinho na jogada do gol que garantiu a segunda vitória seguida ao Palmeiras e levou o clube à terceira posição do Brasileirão, com 29 pontos. Roubou a bola, driblou o zagueiro e marcou o jogador, cada vez sob menor pressão. Se Abel falara que o atacante vinha jogando com “50kg nas costas” devido à cobrança para corresponder às expectativas, essa carga parece ser menor hoje.
“Eu, mais do que ninguém, sei da fase que passo. É difícil, atacante tem que fazer gol”, falou o artilheiro palmeirense. “Sou grato ao Palmeiras, que está comigo nessa fase. É uma vitória do grupo”.
Foi igualmente importante o gol de Maurício, no fim do primeiro tempo, quando o Palmeiras era pressionado e nada produzia. O gol do meia-atacante saiu graças a um frango de Fábio, que recolocou o time alviverde, antes combalido, na partida. O Fluminense foi à rede com Cano e era melhor em campo. Mas não manteve o ritmo no segundo tempo e levou a virada. Os cariocas têm 20 pontos e amargaram a terceira derrota seguida após o Mundial.
Foi um péssimo primeiro tempo do Palmeiras e um boa apresentação do Fluminense, que teve volume de jogo para descer ao vestiário em vantagem. Os cariocas exploraram as muitas fraquezas de um time com muitos problemas táticos e foram bastante superiores no Maracanã.
Samuel Xavier tentou, Nonato arriscou, mas foi Cano quem marcou. Ele fez em cobrança de pênalti sofrido por Freytes, derrubado por Facundo Torres na área. O Flu seguiu melhor e poderia ter ampliado. Não só não aumentou o placar, como foi castigado no fim.
Protagonista no Mundial, Fábio cometeu uma rara e flagrante falha no cabeceio de Maurício. O goleiro se atrapalhou com a bola e ela entrou. A finalização foi a única do Palmeiras na primeira etapa em uma das piores apresentações da equipe de Abel Ferreira, que disse que vê margem para evolução, mas é incapaz de fazer o time evoluir.
O futebol palmeirense é paupérrimo em 2025. Trata-se de uma equipe sem intensidade, criatividade e que pouco cria e finaliza. No entanto, existe uma virtude importante no Palmeiras: a competitividade.
Até quando se apresenta mal, com seus defeitos habituais, a formação alviverde é valente, concentrada e capaz de competir. Foi assim que descolou a virada e saiu do Rio com três pontos.
Vitor Roque brigou e recebeu um presente de Martinelli. Ele fintou Freytes e bateu de esquerda na saída de Fábio para definir a vitória alviverde, garantida, também, graças a uma maior solidez defensiva no segundo tempo.
Depois de virar, os visitantes se defenderam com competência e deram poucos espaços ao Flu, que pouco produziu. Confortável, o Palmeiras se armou para contra-atacar e não ampliou porque concluiu mal os ataques. Mas segurou o placar até o fim.
Sábado, o Palmeiras encara o Grêmio no Allianz Parque, às 21h. No domingo, o Fluminense visita o São Paulo no MorumBis, às 16h.
FLUMINENSE 1 X 2 PALMEIRAS
- FLUMINENSE: Fábio; Samuel Xavier, Ignácio (Thiago Silva), Freytes e Fuentes; Hércules, Martinelli e Nonato (Ganso); Soteldo (John Kennedy), Serna (Keno) e Cano (Everaldo). Técnico: Renato Gaúcho.
- PALMEIRAS: Weverton; Giay, Gómez, Micael e Vanderlan; Aníbal Moreno, Lucas Evangelista (Emi Martínez) e Maurício (Raphael Veiga); Felipe Anderson (Sosa), Facundo Torres (Allan) e Vitor Roque (Flaco López). Técnico: Abel Ferreira.
- GOLS: Cano, aos 35, e Maurício, aos 48 do primeiro tempo. Vitor Roque, aos 16 minutos do segundo tempo.
- ÁRBITRO: Ramon Abatti Abel (SC).
- CARTÕES AMARELOS: Fuentes, Lucas Evangelista, Facundo Torres.
- CARTÃO VERMELHO: Allan.
- PÚBLICO: 21.082 torcedores.
- RENDA: R$ 905.733,00.
- LOCAL: Maracanã, no Rio.
Fonte: Estadão