Para o setor, aumento se deu por problemas de saúde mental gerados pela pandemia
A venda de remédios antidepressivos teve um salto de cerca de 20% durante o período de pandemia em Sergipe, segundo aponta o Sindicato das Farmácias do Estado. Para os empresários do setor, de acordo com o presidente da entidade, João Reis, o crescimento se deu pelos diversos problemas de saúde mental e sociais gerados pelo período de isolamento social da covid-19.
Conforme análise da psicóloga Petruska Passos, há uma dificuldade entre os seres humanos de sentir e lidar com afetividade, ou lidar com sentimentos. Pelo contrário, as pessoas querem somente ser gratificadas, porém nunca frustradas. “Se busca num mundo líquido situações onde só possam haver prazer, nunca sofrimento, nem dor. E isso traz um agravamento na falta de amadurecimento psíquico afetivo, fazendo com que muitos recorram aos antidepressivos para lidar”, explica a especialista.
A falta de maturidade para lidar com situações adversas, ainda de acordo com Petruska, é capaz de resultar, muitas vezes, em ansiedade. Durante o período de pandemia, por exemplo, muitas pessoas não souberam lidar com um novo vírus, com o isolamento social, tiveram medo de perder familiares, de adoecer. Além disso, questões sociais também estiveram envolvidas à questão, a exemplo do desemprego, deixando centenas de pessoas adoecidas com ansiedade ou depressão.
Segundo o presidente do Sindicato das Farmácias, João Reis, diante do medo de adoecer ou perder familiares para a covid-19, muitas pessoas desenvolveram problemas de saúde mental, que o levaram a procurar por medicamentos. “O alto índice de desemprego causado pelo período de pandemia, deixou muitas pessoas com ansiedade. Tudo isso foi decisivo para o crescimento no aumento de procura por algum tipo de medicamento antidepressivo”, associa Reis.