O mês de maio é marcado pela campanha ‘Maio Laranja’, voltada para o combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes. Em alusão ao mês de conscientização e ao 18 de maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Infantil no Brasil, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) realizou nesta terça-feira, 27, o seminário ‘Faça Bonito: Quebrando o silêncio, tecendo redes de proteção’ para os profissionais da saúde.
Durante o evento foi apresentado o panorama epidemiológico da violência sexual contra crianças e adolescentes no estado; o histórico e importância da vigilância de violências; assim como a discussão acerca do cuidado em rede para o sistema de proteção e garantia de direitos e a campanha ‘Zero Gravidez na infância’, que tem o intuito de assegurar às crianças o direito de viver a infância com saúde, educação, dignidade e proteção para seu pleno desenvolvimento.
De acordo com a referência técnica do Núcleo de Vigilância de Violência e Acidentes da SES, Maiana Felix, o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes é um tema transversal que envolve saúde, educação, assistência social e a sociedade como todo. “A violência está no nosso cotidiano e os números nos assustam bastante, pois é um problema que afeta nossas crianças e impacta diretamente no futuro delas. Por isso, trouxemos o seminário ‘Faça Bonito’ para que a gente reflita que o combate a violência é um trabalho de todos”, destacou a referência técnica.
Capacitação
O diretor de Vigilância em Saúde da SES, Marco Aurélio Góes, explicou que a violência sexual contra crianças e adolescentes é um agravo de notificação compulsória.“É importante que todos os serviços estejam atentos a essa notificação, pois observamos que nos últimos anos temos tido um aumento da notificação. Isso não quer dizer que houve um aumento da violência sexual contra crianças, mas sim que temos tido um sistema com melhor capacidade de identificar a violência e fazer o acompanhamento necessário”, salientou Marco.
A gestora técnica da educação permanente, Pérola Walois, foi uma das participantes do evento e ressaltou que o seminário é como uma oportunidade de aprimorar seus conhecimentos. “É uma temática extremamente delicada e necessária para nós profissionais para que tenhamos noção do cenário e pensar em ações de conscientização à população”, relatou.
Atendimento especializado
O Centro de Referência no Atendimento Infantojuvenil (Crai), fica localizado em anexo à Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL) e tem o objetivo de cuidar das crianças e adolescentes até os 17 anos, 11 meses e 29 dias que são vítimas de violência sexual em Sergipe. O Crai conta com uma equipe multidisciplinar envolvendo médicos ginecológicos, psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros para um atendimento humanizado e qualificado.
O serviço funciona de segunda a sexta-feira, das 7 às 19h. Nos finais de semana, noite e feriados, as vítimas recebem o atendimento emergencial na rede de urgência hospitalar do Estado e têm seguimento assistencial no Crai.
Foto: Valter Sobrinho/SES