Com o objetivo de fortalecer o enfrentamento à sífilis em Sergipe, a Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Fundação Estadual de Saúde (Funesa) e da Escola de Saúde Pública de Sergipe (ESP-SE), promoveu nesta quarta-feira, 28, uma capacitação voltada a médicos e enfermeiros que atuam na Atenção Primária à Saúde (APS). O foco da formação foi qualificar o diagnóstico, o tratamento e o monitoramento da doença, especialmente em casos de gestantes e sífilis congênita.
O momento foi direcionado especialmente aos profissionais recém-chegados à rede pública, que ainda apresentam dúvidas sobre o manejo clínico adequado, incluindo a condução de casos em parceiros não especificados e em gestantes. A iniciativa também reforça a importância da prevenção, do uso de preservativos e da testagem rápida, disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do Estado.
Segundo a responsável técnica estadual pela sífilis, Lourdes Lima, a capacitação é essencial para reduzir a subnotificação e combater a resistência de alguns pacientes ao tratamento. “Nosso objetivo foi sanar dúvidas sobre condutas específicas e reforçar com os profissionais a importância de orientar a população sobre os riscos da transmissão vertical. Uma mãe adequadamente tratada pode ter um bebê saudável, e esse é um dos focos centrais do nosso trabalho”, destacou.
Ainda de acordo com ela, além da orientação técnica, é fundamental um trabalho de conscientização sexual, especialmente em comunidades periféricas. “A principal forma de prevenção é o uso do preservativo. Temos que fortalecer a educação sexual e garantir que, em caso de relação desprotegida, a pessoa saiba que pode e deve procurar a Unidade Básica de Saúde para fazer o teste rápido e iniciar o tratamento imediatamente”, reforçou.
Para o médico Douglas Norton, que atua no município de Boquim, no sul sergipano, a capacitação é fundamental para atualizar as condutas clínicas e garantir um atendimento de qualidade na rede pública. “Estamos vendo um aumento expressivo dos casos de sífilis, e essa formação nos ajuda a realizar uma busca ativa mais efetiva e a tratar corretamente nossos usuários. A educação sexual precisa chegar às escolas. Muitos adolescentes iniciam a vida sexual sem orientação, e os pais ainda veem o tema como tabu. Informação é proteção”, afirmou.
A médica Luana Correia, de Nossa Senhora das Dores, município do médio sertão do estado, enfatizou a relevância da qualificação para padronizar o atendimento em todo o território sergipano. “A sífilis está muito presente nas nossas unidades, inclusive com casos de transmissão congênita. Essa capacitação garante que tenhamos um olhar mais criterioso e baseado nas evidências mais recentes, melhorando a assistência aos pacientes”, explicou.
Ainda conforme a médica Luana Correia, o teste de sífilis faz parte do protocolo do pré-natal e é aplicado em diferentes fases da gestação. “O diagnóstico precoce é decisivo para evitar complicações. A gestante pode sim adquirir sífilis durante a gravidez, por isso reforçamos a importância da testagem periódica e do uso do preservativo. Isso garante a saúde da mãe e do bebê”, concluiu.
Fonte: SES