Com 301 confirmações de Tuberculose neste ano, Sergipe mantém constância no número de casos. Essa avaliação foi feita pelo médico infectologista, referência técnica de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Marco Aurélio Góes. Em 2015, foram registrados 635 casos e o grande desafio para o combate à doença, segundo o médico, é a continuidade do tratamento nos casos já constatados.
“Um grande desafio consiste na continuação do tratamento adequado. Como todo procedimento tem a duração de seis meses, alguns pacientes, com a melhora dos sintomas, abandonam o tratamento. Desta forma, continua a transmissão da doença, além de aumentar o risco de resistência aos medicamentos utilizados”, explica o infectologista.
Ainda segundo o médico, a tuberculose (TB) é uma doença infecciosa causada por uma bactéria, o bacilo Micobacteriumtuberculosis. Dentre as variadas formas de TB, a mais comum é a tuberculose pulmonar, responsável por cerca de 85% dos casos confirmados.
A tosse crônica, geralmente com expectoração (catarro), é uma das principais características da tuberculose pulmonar. Além disso, o paciente pode apresentar perda de peso e febre, que geralmente ocorre durante o final da tarde.
Contagiosa quando não tratada, a tuberculose pode ser transmitida, principalmente, por meio de secreções liberadas pelo paciente ao tossir, falar ou espirrar.
“Como a tosse crônica é uma das principais características da doença, recomenda-se que toda pessoa com tosse há mais de três semanas colha exames para afastar a possibilidade de tuberculose. Quanto às outras formas clínicas, os sintomas dependem do órgão afetado, podendo ocorrer meningites, derrames pleurais, aumento de gânglios etc”, explica Marco Aurélio.
Vale destacar que uma gripe comum não pode evoluir para uma tuberculose. De acordo com o médico essas doenças são causadas por agentes infecciosos diferentes.
Controle
“O diagnóstico precoce é a principal forma de controle da tuberculose, pois quanto mais cedo for iniciado o tratamento correto, menor o índice de transmissão para a comunidade”, revela o médico infectologista Marco Aurélio Góes.
Ambientes bem arejados e com boa iluminação solar também diminuem o risco de transmissão. Já alguns dos agentes que podem facilitar o adoecimento por tuberculose são: desnutrição, tabagismo e uso abusivo de álcool.
Em relação à vacina BCG (Bacilo de Calmette e Guérin), de acordo com gerente do programa de imunização da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Sândala Teles, trata-se de prevenção para casos mais graves de tuberculose.
“Essa vacina é aplicada nas crianças recém-nascidas. Ela é uma das mais antigas vacinas utilizadas para prevenir os casos mais graves da doença, assim como também é utilizada em contatos de pacientes com hanseníase”, ressalta Sândala Teles.
De acordo com dados do Núcleo de Imunização da SES, foram aplicadas, em 2015, 36.212 doses da vacina, gerando 105, 80% de cobertura no estado.
Fonte: Ascom/SES