Um estudo inédito aplicou o Índice de Progresso Social (IPS), uma metodologia internacional baseada em dados oficiais, para avaliar a qualidade de vida em todas as cidades brasileiras. O resultado revelou que o interior de São Paulo lidera em qualidade de vida, enquanto a Amazônia enfrenta os piores índices. Aracaju se destacou como a melhor capital do Nordeste e ficou em décimo lugar nacional. O estado de Sergipe também ficou na primeira colocação na região Nordeste e em décimo lugar no ranking nacional.
Os pesquisadores selecionaram indicadores recentes e confiáveis, excluindo dados censitários, visando atualizações anuais do IPS. Isso resultou em um ranking que prioriza resultados como expectativa de vida mais alta, menores taxas de homicídios e poluição, e melhor acesso à educação superior, ao invés de simplesmente medir PIB ou oferta de serviços.
Segundo Beto Veríssimo, coordenador do IPS Brasil, o foco não é quanto os municípios investem, mas sim os resultados finais em qualidade de vida. Isso significa que cidades com alta renda nem sempre têm melhor qualidade de vida, conforme salientado por Veríssimo.
O IPS não tem indicador de renda, mas de certa forma consegue medir desigualdade social. Então cidades mais desiguais são afetadas. Teresina, João Pessoa e Aracaju, por exemplo, são cidades com serviços públicos bem distribuídos, mesmo entre as áreas mais pobres. Já Maceió e Rio são muito desiguais, e pontuaram pior. Quem conhece as praias do Rio e de Maceió não vê de perto os problemas sociais”, explica Beto Veríssimo.
O estudo utilizou mais de 300 indicadores de órgãos oficiais e institutos de pesquisa, como o DataSUS, Conselho Nacional de Justiça, Mapbiomas, Anatel e CadÚnico, resultando em 52 indicadores finais. Os únicos dados inéditos foram os dois produzidos pelo Mapbiomas, sobre áreas verdes e disponibilidades de praças.
Entre as capitais, Brasília liderou, seguida por Goiânia, Belo Horizonte, Florianópolis e Curitiba. Aracaju, mesmo sendo a melhor do Nordeste, ocupou a décima posição geral.
Melhores capitais
Capital IPS Brasil
1º Brasília (DF ) | 71,25 |
2º Goiânia (GO) | 70,49 |
3º Belo Horizonte (MG) | 69,62 |
4º Florianópolis (SC) | 69,56 |
5º Curitiba (PR) | 69,36 |
6º São Paulo (SP) | 68,79 |
7º Cuiabá (MT) | 68,47 |
8º Campo Grande (MS) | 68,21 |
9º Palmas ( TO) | 68,07 |
10º Aracaju (SE) | 67,89 |
Nordeste
Capital IPS Brasil
1º Aracaju (SE) | 67,89 |
2º Teresina (PI) | 67,37 |
3º São Luís (MA) | 65,69 |
4º João Pessoa | 65,25 |
5º Natal (RN) | 64,45 |
6º Fortaleza (CE) | 64,42 |
7º Salvador (BA) | 63,80 |
8º Recife (PE) | 63,73 |
9º Maceió (AL) | 62,37 |
Estados
As notas dos estados são uma média de todos os seus municípios. Sergipe ficou em primeiro lugar no Nordeste e na 10ª posição nacional.São Paulo teve o melhor resultado, e as piores notas ficaram no Norte.
O IPS é dividido em três dimensões principais: Necessidades Humanas Básicas; Fundamentos para o Bem-estar; e Oportunidades. Cada uma delas tem quatro componentes, e formam a média final. Mas cada componente é formado por alguns (normalmente de três a cinco) indicadores, com pesos entre eles. Por exemplo, no componente de segurança, o dado de taxa de homicídio tem peso maior que o de morte de jovens.
Ranking/Nordeste
Estado IPS Brasil
1º Sergipe | 61,20 |
2º Paraíba | 60,08 |
3º Ceará | 59,71 |
4º Rio Grande do Norte | 59,52 |
5º Piauí | 59,31 |
6º Pernambuco | 59,22 |
7º Bahia | 57,84 |
8º Alagoas | 57,42 |
9º Maranhão | 55,72 |
Ranking/nacional
Estado IPS Brasil
1º São Paulo | 66,25 |
2º Santa Catarina | 64,24 |
3º Paraná | 63,49 |
4º Minas Gerais | 63,11 |
5º Goiás | 62,79 |
6º Rio Grande do Sul | 62,28 |
7º Rio de Janeiro | 62,11 |
8º Mato Grosso do Sul | 61,35 |
9º Espírito Santo | 61,21 |
10º Sergipe | 61,20 |
*Com informações O Globo