O abuso e a exploração sexual ainda são assuntos tabu na sociedade, mas precisam ser discutidos para que cada vez mais denúncias sejam feitas e para que os responsáveis pelas agressões sejam responsabilizados. Pensando nisso, a Secretaria Municipal da Assistência Social e Cidadania (Semasc) reuniu todos os coordenadores dos Centros de Referência da Assistência Social (Cras) e Centros de Referência Especializados da Assistência Social (Creas), na tarde desta quinta-feira, 4, na sede da Prefeitura de Aracaju, para a elaboração de estratégias que combatam a incidência desse tipo de crime.
Para a vice-prefeita e secretária da Semasc, Eliane Aquino, o enfrentamento a todos os tipos de violência contra crianças e adolescentes é uma responsabilidade de toda a sociedade, mas é imprescindível que os profissionais que atuam nos equipamentos da Assistência Social possuam um olhar diferenciado de estímulo à denúncia e de acolhimento àqueles que já foram vítimas da violência. “Nós precisamos do empenho de todos os profissionais da Semasc em relação a esse tema. Estão chegando casos na nossa rede de saúde de crianças violentadas abaixo de um ano de idade. Isso acontece do lado do nosso Cras, do nosso Creas. Precisamos ter um olhar atento para o nosso entorno. É preciso que estejamos atentos para prestar o melhor atendimento possível aos nossos usuários e estimulá-los a denunciar os casos de violência”, afirmou.
De acordo com os dados coletados pela equipe da Semasc, apenas no Creas Maria Pureza, que fica localizado no bairro Inácio Barbosa, foram registrados 41 casos de abuso sexual envolvendo pessoas com menos de 18 anos no ano de 2016, sendo que quase 30% das vítimas foram do sexo masculino. A gerente de proteção social de média complexidade da Semasc, Lucianne Rocha, acredita que a partir dessa reunião os funcionários dos equipamentos poderão desenhar alternativas para a conscientização das populações dos territórios. “O papel das pessoas que estão na ponta é fundamental. Precisamos que os nossos educadores, assistentes sociais e psicólogos estejam atentos aos sinais que as pessoas vítimas de abuso ou exploração sexual dão. Não podemos fechar os olhos para os dados, que nos entristecem tanto. Precisamos transformar a realidade que vivemos”.
A coordenadora do Cras Carlos Hardman Côrtes, Vivian Almeida, disse que a partir dos dados divulgados e das experiências compartilhadas durante a reunião se sente mais forte para trabalhar o tema no Centro de Referência em que atua. “O Cras trabalha com a prevenção das violações, então as informações trabalhadas durante essa tarde foram muito importantes. Saio daqui munida de informações que repassarei para os demais trabalhadores que atuam no meu equipamento.”
Para denunciar casos de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes, qualquer cidadão pode procurar o Conselho Tutelar mais próximo ou ainda ligar gratuitamente para os números 100 ou 181, nesse caso, o denunciante não precisa se identificar.
Fonte: PMA