Sergipe já ocupa a 7ª colocação no país quanto ao gasto com a Previdência em relação à receita corrente líquida do Estado, comprometendo o investimento em outras áreas de atuação, como saúde e educação. Foi o que revelou a superintendente executiva da Secretaria da Fazenda, Ana Cristina Machado, que apresentou a palestra “O impacto do desequilíbrio da previdência nas finanças públicas”, na manhã desta segunda-feira, 20, na segunda audiência pública promovida pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE/SE) para debater a crise da Previdência.
Resultado de parceria entre a Corte de Contas e o Sergipeprevidência, o evento promove palestras e debates para informar a sociedade sergipana a respeito do déficit da Previdência do Estado e buscar soluções para o problema. O evento foi planejado pela conselheira Susana Azevedo, vice-presidente do TCE, responsável pela análise das contas do instituto previdenciário. O evento foi aberto pelo presidente do TCE, Clóvis Barbosa.
Representando o secretário Jeferson Passos, que acompanhou o governador Jackson Barreto em compromisso em Brasília, Ana Cristina Machado informou que, em 2008, Sergipe comprometia 13,66% de sua receita líquida com o pagamento de inativos. Os dados mais atuais, de 2015, apontam para um aumento significativo, passando para 24,99%.
“As projeções futuras não são animadoras, acredita-se que em 2032 esta mesma receita chegue a ser comprometida em 29% com gastos de previdência. As despesas com os ativos estão estacionadas, justamente devido ao grande aumento de inativos”, explicou.
Na conclusão da sua explanação, a palestrante esclareceu pontos de impacto das despesas com previdência nas finanças estaduais, que são os seguintes: diminuição da capacidade de investimento em outros setores; diminuição da capacidade de ampliar gastos com o pessoal ativo; e transferência de recursos de ações finalísticas do Estado para cobertura das despesas com previdência.
Ana Cristina defende que as ações sejam tomadas neste momento, pois pensar em previdência é pensar no futuro. “Há outras funções de grande importância que estão com investimentos limitados. O problema está posto e ele é um problema coletivo, que afeta diretamente a população, por isto este espaço aberto hoje é louvável. O Estado tem empreendido ações de difícil aplicação, eu diria até que dolorosas, mas temos que transformar a mentalidade do serviço público. Temos que pensar adiante.”, concluiu.
Fonte: Ascom/TCE