As negociações para a concessão do reajuste de 33,23% do piso do magistério tem esquentado o debate público em vários municípios brasileiros e em Lagarto não é diferente. Um exemplo disso é que na última quinta-feira, 17, os professores da Rede Municipal de Ensino decidiram, em assembleia, rejeitar por unanimidade a proposta apresentada pela Prefeitura de Lagarto, que visava atualizar o piso em 19%.
Para o SINTESE, a proposta frustrou os professores do Município, pois estes também esperavam que fossem apresentadas algumas medidas para a recompor as perdas salariais obtidas entre os anos de 2014 e 2020, que somam cerca de 27%, sem contar com a revisão de 2022 de 33,23%. Apesar da rejeição, as negociações continuam, mas os educadores já decidiram não participar da jornada pedagógica, que inicia neste sábado, 19, como também já acenaram para uma possível greve.
Diante disso, a reportagem do Portal Lagartense entrevistou o Secretário Municipal de Educação de Lagarto, Magson Almeida. Na oportunidade, ele explicou que a gestão não recebeu uma posição do Governo Federal quanto ao repasse dos valores para o custeio do reajuste do piso salarial e que, por isso, a concessão dos 33,23% demandaria de “grandes ajustes que terão que ser atitudes bem severas”.
“O foco da gestão é tentar solucionar a questão do piso. A prefeita está tendo várias reuniões com vários secretários e todos estão estudando todas as possibilidades possíveis. Como a prefeita é pedagoga, a ideia dela é pagar o piso, mas para isso é preciso ter segurança dos números e das arrecadações. Isso leva algum tempo. Vários estudos”, comentou Magson ao ser questionado também sobre a recomposição salarial cobrada pelos professores.
O secretário também destacou que a concessão integral do reajuste do piso causaria um impacto “muito grande” nas finanças do Município. “Nós temos cerca de 900 professores efetivos, sendo que alguns recebem o salário de R$ 5.000,00, colocando mais 33%, por exemplo, esse salário passaria para R$ 6.650,00, já que teria um aumento de R$ 1.650,00”, argumentou.
Por fim, Magson ressaltou que tudo está sendo feito com muita calma e que uma nova proposta poderá ser apresentada nesta sexta-feira, 18. “As equipes da gestão estão analisando tudo com calma. A gestão é do diálogo. Estamos dialogando com a categoria dos professores. A negociação não foi finalizada, está em andamento. A gestão Hilda é do diálogo”, finalizou.
Por Thiago Farias