A Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Diretoria de Atenção Primária à Saúde e Coordenação Estadual de Atenção Primária à Saúde, realizou na manhã desta terça-feira, 07, o Seminário Estadual de Prevenção do Câncer Oral.
O evento realizado no auditório da Faculdade Estácio de Sergipe, teve o apoio institucional da Fundação Estadual de Saúde (Funesa) e contou com a presença do médico Carlos Humberto Tadeu Souza de Oliveira. O especialista falou sobre aspectos relevantes para a prevenção do câncer oral no âmbito da Atenção Primária e acerca do papel desempenhado pelo cirurgião-dentista no tocante à prevenção, diagnóstico e manejo de pacientes oncológicos. Na plateia estavam coordenadores de saúde bucal dos municípios sergipanos.
“Solicitamos que cada município enviasse um representante que será multiplicador em seus territórios das informações compartilhadas no seminário. A nossa pretensão é, mais uma vez, focar na prevenção do câncer oral. Este seminário é realizado anualmente e, desde outubro, estamos com a campanha acontecendo. Hoje queremos dialogar com os profissionais da atenção primária, principalmente, em relação às suspeitas de câncer, para observarem com cautela as lesões que aparecem”, explicou Ana Paula Vieira, referência técnica em Saúde Bucal da SES.
A representante da SES destacou, ainda, a importância de olhares sensíveis para os casos suspeitos, sendo assim, acredita ser possível evitar consequências futuras aos pacientes. “É preciso atenção para as lesões que aparecem, desse modo, podemos descartar ou começar o tratamento do paciente desde do início, evitando que se chegue a lesões avançadas. Quando as lesões são mais graves, o prejuízo é maior para a qualidade de vida do paciente e, consequentemente, os custos de tratamento, ou seja, os serviços de saúde acabam sendo mais onerosos. Por isso, estamos trazendo um cirurgião de extrema atuação bucomaxilofacial com experiência em serviços de oncologia, ele tem uma fala aproximada dos profissionais da atenção primária. O que almejamos é que o paciente não tenha a necessidade de chegar na atenção especializada, caso chegue, seja encaminhado com um direcionamento mais convicto, mesmo que seja um caso suspeito, venha a ser conduzido no prazo para receber o melhor tratamento”, salienta Ana Paula.
O cirurgião citado pela referência técnica da SES é o médico, Carlos Humberto Tadeu Souza de Oliveira, que possui mais de duas décadas de atuação na rede pública de saúde. “São 22 anos de formado, atua no serviço público há mais de 20 anos em hospitais como o Huse e o Cirurgia, além do centro de especialidades odontológicas do município de Aracaju. Nesse tempo tenho visto cada vez mais casos de câncer de boca aparecerem, ao passo que as inovações, a ciência tem trazido muitas coisas novas para que consigamos atuar como especialidades que dão suporte aos tratamentos desses pacientes” introduz o especialista.
Em relação ao direcionamento de suas abordagens para profissionais da Atenção Primária, o médico ratifica a relevância desse nível de atenção para o Sistema Único de Saúde (SUS). “Eu gostaria de dizer que a atenção primária tem que ser vista como a menina dos olhos que qualquer ação em saúde, é a porta de entrada do SUS onde o paciente chega e a gente pode visualizar os primeiros problemas, em relação ao câncer de boca, podemos prevenir e, caso seja necessário, impulsionar o tratamento oferecendo uma cura para essa condição”, reforça.
Para o diretor de Atenção Primária à Saúde da SES, João Paulo Brito, a pandemia potencializou determinados problemas relativos à saúde da boca. “A SES tem o papel de formular e introduzir a política de Atenção Primária no estado, por meio deste seminário podemos dialogar com os atores locais e pensar, a partir da realidade de cada município, ações efetivas. Nós passamos por um período no qual a saúde bucal sofreu restrições, boa parte da assistência odontológica foi suspensa, então, estamos diante de uma retomada e teremos usuários com questões agudizadas que vão demandar dos profissionais uma atenção ampliada. Neste momento será preciso fomentar estratégias adequadas a esse período, além de construir um diálogo ainda maior dentro da rede, desse modo, pensarmos na agilidade quando identificarmos esses casos nos serviços públicos em saúde”, destaca João Paulo.
A cirurgiã dentista da cidade de Pacatuba, Maria Isabel Gomes Macedo, despertou o interesse pelo seminário, justamente, para compreender como atuar na prevenção ao câncer de boca. “A minha expectativa é saber como proceder para a prevenção do câncer bucal e lidar com o diagnóstico. A região que atuo é de praia, trabalho em Ponta dos Mangues com pescadores, expostos ao sol e já tivemos alguns casos em estágio avançado. Em um desses casos foi possível fazer a remoção e agora o paciente vai começar a quimioterapia. Esse seminário está nos possibilitando vários aprendizados essenciais”, explana com satisfação a profissional da Atenção Primária.
Fonte: SES