No último sábado, 7 de abril, o prefeito Dr Sylvio Cardoso participou do primeiro treinamento com as Rendeiras e o IPHAN/SE da máquina trançadeira. Foi fornecido o material do treinamento, linhas e cordões, assim como foi apresentado todo o processo de instalação dos carreteis, o manuseio, a técnica e os macetes para a produção do cordão Lacê.
O cordão Lacê é a matéria prima para a produção da Renda Irlandesa que é Patrimônio Imaterial do Brasil desde 2009. Atualmente ele é produzido por uma única fábrica situada em Nova Friburgo no Rio de Janeiro. Após o falimento da fábrica, houve uma reabertura através de cooperativa formada por ex-trabalhadores. Devido vários fatores a produção do Lacê tem uma qualidade muito inferior, além da limitação de cores. Fato que mudou consideravelmente as peças de Renda Irlandesa.
Dr Sylvio que participou atentamente do treinamento, disse: “estamos muito felizes pois a Renda Irlandesa não vai deixar de ser produzida e o bem patrimonial vai continuar vivo. Se o problema era a falta e a qualidade do Lacê isso está praticamente resolvido e dentro de poucos meses o município terá duas máquinas. O treinamento foi feito com linha comum, mas já estamos procurando fornecedores da linha de seda para que a produção do Lacê, feito pelas rendeiras, seja muito próximo do original. A prefeitura está envolvida nesse projeto desde o início e vamos auxiliar no que for necessário”.
“As Rendeiras vão ganhar autonomia. Elas não ficarão tão sujeitas ao mercado pois muito brevemente elas produzirão o próprio Lacê”, comentou Eric Ferreira representante do IPHAN e completou: “esse projeto não vai concluir depois que entregarmos as máquinas. Nós vamos buscar parcerias para oferecer a elas palestras e minicursos. As Rendeiras precisam saber sobre gestão de negócio, entender de controle de estoque, escolher matéria prima, saber calcular preço, um pouquinho de marketing e administração”.
Maria José Souza, que é presidenta da Associação para o Desenvolvimento da Renda Irlandesa (Asderen) afirma que foi dado um salto muito grande e desejado há muitos anos. “Nós não vamos depender mais de uma fábrica que está distante da gente. Nós não vamos pagar mais frete. Nós vamos produzir cores conforme nossas necessidades e demandas de venda pois é muito difícil encontrar variações de cores disponíveis no mercado. Além de podermos vender Lacê, de qualidade, para todo o Brasil”.