Comercialização aumenta na Semana Santa; produtividade já chega a 6 toneladas por hectare e valor bruto de produção a R$ 8,7 milhões
Irrigantes dos projetos públicos de irrigação Propriá e Cotinguiba/Pindoba, no Baixo São Francisco Sergipano, produziram 1,7 mil toneladas de pescados em 2016. Uma das principais atividades praticadas nos projetos de irrigação da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) na região, a aquicultura representa uma fonte de renda importante para, pelo menos, uma centena de produtores.
No ano passado, a atividade gerou um valor bruto de produção de aproximadamente R$ 8,7 milhões. Os dados são do balanço feito pela 4ª Superintendência Regional da Codevasf, sediada em Aracaju.
Para muitos produtores, a quaresma representa uma oportunidade especial de negócios, já que neste período cresce consideravelmente a demanda. É o caso do irrigante Luciano Góis que tem se dedicado nos últimos dias à comercialização da sua produção de tambaqui. “Sempre me preparo para essa época, porque consigo compensar os custos da despesca com o volume maior de vendas”, explicou.
Luciano disse que, na última safra, conseguiu produzir cerca de 25 toneladas de tambaqui em seu lote, suficiente para garantir um resultado positivo. “Claro que sempre pode melhorar, principalmente se tivéssemos um mercado mais organizado para escoar a nossa produção, mas no geral estou satisfeito porque o retorno acaba sendo maior do que em outras culturas”, declarou.
O irrigante Roberto Alves conta que no último ciclo produziu tambaqui e tambatinga em seu lote no projeto Propriá. “No meu caso, eu preferi vender antes da quaresma, em fevereiro, mas estou contente com a minha produção e sempre tenho um bom retorno. E com a indicação de que teremos melhorias em nosso projeto, a nossa expectativa é avançar ainda mais”, disse o produtor.
Apoio
O superintendente regional da Codevasf em Sergipe, César Mandarino, afirma que o apoio à produção irrigada é fundamental para o desenvolvimento da região. “A produção de peixe é uma atividade tradicional no Baixo São Francisco e tem grande importância também nos projetos de irrigação da Codevasf. Temos nos esforçado para promover melhorias nos projetos Propriá, Cotinguiba/Pindoba e Betume e proporcionar aos irrigantes as condições necessárias para sua produção”, destacou.
Com uma produtividade de aproximadamente 6 toneladas por hectare em 2016, o cultivo de pescados é praticado em uma área de 285 hectares, sendo 270 hectares cultivados no projeto Propriá e o restante no projeto Cotinguiba/Pindoba. Além do tambaqui e da tambatinga, também há destaque para a produção tanto de espécies nativas como o curimatã-pacu e o piau, como de espécies exóticas como a tilápia, o pacu e a piratinga.
Dados do Escritório de Apoio Técnico da Codevasf em Propriá (EPR) apontam que a receita bruta por hectare/safra é de aproximadamente R$ 35 mil. Descontados os custos de produção, incluindo serviços, insumos e tarifas, o lucro por hectare cultivado é de cerca de R$ 10 mil a cada safra. Os lotes destinados à aquicultura nos perímetros Propriá e Cotinguiba/Pindoba possuem áreas que variam de 2 a 5 hectares.
Além de apoiar a produção nos projetos de irrigação do Baixo São Francisco Sergipano, a Codevasf auxilia a aquicultura na região por meio do Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Betume (CIB). Em 2017, a unidade mantida pela Codevasf já forneceu 130 mil alevinos de espécies nativas para produtores familiares dos municípios de Pacatuba e Japoatã, beneficiando mais de 70 famílias, além de ter lançado mais 1 milhão de alevinos em ações de repovoamento da bacia do São Francisco.
Fonte: Ascom/Codevasf