Visando garantir um atendimento prioritário e mais célere aos pacientes com suspeita de câncer, a Prefeitura de Aracaju realiza, na Unidade Básica de Saúde (UBS) Lauro Dantas, localizada no bairro Bugio, o projeto piloto de navegação e encaminhamento destes usuários para a realização de consultas e exames com priorização. O projeto vem sendo desenvolvido desde maio e segue em fase de análise.
O câncer é uma doença emergente, portanto, ele não pode esperar. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), quanto mais cedo for diagnosticado, melhor será o resultado do tratamento, com maiores chances de cura para o paciente. Por isso, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) formulou este projeto, que tem como principal objetivo garantir um fluxo oncológico seguro e mais célere.
A secretária da Saúde de Aracaju, Waneska Barboza, explica que o objetivo da navegação é justamente identificar o paciente que possui suspeita de algum tipo de câncer, e isso deve acontecer no atendimento que é realizado pelos médicos e enfermeiros da UBS Lauro Dantas.
“O profissional, ao identificar esse paciente com suspeita de câncer, deverá informar ao técnico responsável pela navegação. A partir disto, este paciente passará a ser acompanhado de forma a, se ele precisar de algum tipo de exame para complementar o diagnóstico, ter prioridade para a liberação deste exame, bem como se precisar de alguma consulta com especialista, também terá essa prioridade. Tudo com o objetivo de que ele descubra logo se é ou não um câncer, para que ele possa tomar todas as providências necessárias para o tratamento”, afirma Waneska.
Ainda conforme a secretária, essa sistemática de atendimento com prioridade ao paciente com suspeita de câncer, o qual foi intitulado de navegação, garante a este usuário o menor tempo possível na fila de espera para que, em caso de diagnóstico de câncer, possa ser prontamente encaminhado à porta específica de atendimento ao seu tratamento, nas unidades de saúde do Estado. Para isso, a gestora reitera que foi realizada uma capacitação das equipes da UBS Lauro Dantas.
“Houve uma capacitação com os médicos e enfermeiros, que é onde se tem a primeira suspeita, para que, no momento em que ele suspeitar que esse paciente pode ter um câncer de mama, de útero, intestino, ou qualquer outro, ele avisa ao servidor que ficou como pessoa responsável pela navegação, para que este servidor possa acompanhar o usuário. O acompanhamento é feito mediante o envio de informação à nossa Central de Regulação, sobre quais exames e consultas esse paciente terá prioridade. Na regulação, ele terá uma priorização diferente da maioria. Ele terá um atendimento mais rápido”, acrescenta Waneska.
A UBS Lauro Dantas se tornou referência para a realização do projeto piloto por ser uma unidade menor, segundo aponta a secretária. A partir dos resultados observados, a gestão pode avaliar a possibilidade de implementar o projeto em outras unidades.
“Nós temos 45 UBSs,121 equipes de Saúde da Família e mais de 600 mil pessoas sendo atendidas nas unidades, então não é algo simples para implementar em novas unidades. Iniciamos em maio e estamos com 11 pacientes sendo acompanhados. Desses, a grande maioria teve a possibilidade de câncer descartada. O ideal é que a gente passe cerca de seis meses analisando para ver o que precisa ajustar no projeto, para que em outras unidades isso possa funcionar. É preciso que haja engajamento dos servidores. Há uma grande quantidade de usuários nas UBSs, então a gente tem que avaliar se ele tem condição de ser implementado em todas”, explica Waneska.
Foto: Secom/PMA