A Secretaria de Estado da Educação (Seed) celebrou, nesta terça-feira, 22, a homenagem concedida à professora Geneluça Santana, coordenadora do Serviço de Educação do Campo e da Diversidade, do Departamento de Educação (DED). Ela recebeu o I Prêmio Mulheres Negras que Inspiram, promovido pela Secretaria de Estado da Assistência Social, Inclusão e Cidadania (Seasic). A solenidade integrou a programação do Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha e do Dia Nacional de Tereza de Benguela, realizada no auditório da Seasic, em Aracaju.
A primeira-dama e secretária da Seasic, Érica Mitidieri, ressaltou a importância da premiação como momento de valorização e reconhecimento das mulheres negras que atuam em diversos setores da sociedade sergipana, como advocacia, jornalismo, educação, cultura e empreendedorismo. “Esse é o momento de celebrar a grandeza da mulher em sua multiplicidade — empreendedora, profissional, líder. Nesta gestão, escolhemos valorizar esse poder, fortalecer a autoestima, o espírito empreendedor e a certeza de que somos capazes de transformar. Hoje, recebemos com alegria mulheres de diversas áreas, todas verdadeiras inspirações de coragem, resiliência e resistência. Este primeiro Prêmio representa nossa gratidão a essas mulheres extraordinárias”, comemorou.
Geneluça Santana é professora da rede estadual de ensino e tem trajetória marcada pela defesa da diversidade e pela construção de políticas educacionais inclusivas. À frente do Serviço de Educação do Campo e da Diversidade da Seed, ela articula projetos, formações e ações voltadas ao combate das desigualdades no ambiente escolar, ampliando oportunidades e fortalecendo identidades.
Ao longo de sua carreira, Geneluça tornou-se referência na implementação de políticas educacionais antirracistas, integrando saberes acadêmicos, experiências da escola pública e diálogo com as comunidades. Sua atuação vem sendo reconhecida por educadores e gestores de todo o estado como essencial para a construção de uma educação mais justa, plural e transformadora.
Na ocasião, Geneluça Santana expressou orgulho pelo reconhecimento de seu trabalho. “É olhar para trás e ver tudo o que você estava fazendo que, por mais que a gente pensasse estar invisível, muito pelo contrário, deu visibilidade”, disse emocionada.
Selo Escola Antirracista: valorizando boas práticas
A Secretaria de Estado da Educação coordena duas iniciativas estruturantes para promover a equidade racial nas escolas da rede pública estadual: o Protocolo Antirracista e o Selo Escola Antirracista Professora Maria Beatriz do Nascimento. O Protocolo Antirracista, lançado em setembro de 2024, orienta os profissionais da rede sobre como prevenir, enfrentar e registrar casos de racismo nas escolas, estruturando canais institucionais e ações pedagógicas voltadas à diversidade racial.
Já o Selo Escola Antirracista é um reconhecimento anual às escolas que desenvolvem atividades pedagógicas ao longo do ano para combater o racismo e valorizar as culturas afro-brasileira, indígena e quilombola. Desde sua criação, em 2023, o selo tem crescido significativamente. Na primeira edição, 123 escolas foram certificadas; em 2024, esse número subiu para 170, representando aumento de aproximadamente 38%; em 2025, as inscrições encerraram-se em junho e alcançaram 260 escolas candidatas, e a perspectiva da Seed é que todas sejam premiadas, com a meta de, em 2026, envolver toda a rede estadual, composta de 318 unidades.
Em avaliação, a coordenadora Geneluça Santana destacou o impacto contínuo dessas iniciativas. “Em 2023, as escolas apresentaram ações pontuais e, hoje, já percebemos ações que duram todos os dias letivos do ano, reverberam nas práticas, perpassam o conteúdo pedagógico e se traduzem em ações concretas no cotidiano”, afirmou.
Assim, tanto o protocolo quanto o selo consolidam um avanço significativo na implementação das Leis nº 10.639/03 e nº 11.645/08, promovendo ambiente escolar mais acolhedor, equitativo e comprometido com a redução das desigualdades educacionais entre estudantes negros em Sergipe.
Reconhecimento público
Para a Secretaria de Estado da Educação, a homenagem concedida à professora Geneluça Santana representa não apenas o reconhecimento de uma trajetória individual, mas, também, a valorização de todas as educadoras negras que, diariamente, constroem uma escola pública inclusiva e antirracista em Sergipe.
Além da professora Geneluça, o I Prêmio Mulheres Negras que Inspiram também homenageou outras 14 mulheres inspiradoras: Luislinda Dias de Valois Santos, Zefa da Guia, Nadir da Mussuca, Wezya Ferreira, Mãe Jacira de Ogum, Bianca Oliveira, Tatiane Costa, Thiara Menezes, Iara Lins, Iyá Sônia Oliveira — Yalorixá, Geonísia Vieira Dias (Nice), Patrícia Santos de Jesus, Daniela Gasparelly e Valdilene Oliveira Martins.
O evento contou, ainda, com a Feira Afro de Mulheres Empreendedoras e apresentação de duas cenas da peça ‘A Elza que vi’, produzida por estudantes e professores do Projeto Alma Africana, do Centro de Excelência Nelson Mandela, em Aracaju.
Foto: Maria Odília