Resultado de uma série de ações realizadas durante todo o ano letivo, nesta segunda-feira, 4, foram iniciadas as culminâncias da Plenarinha da Educação Infantil 2024. Realizada pela Prefeitura de Aracaju, através da Secretaria Municipal da Educação (Semed), esta edição tem como tema ‘O brincar com arte: brincadeiras que cantam e contam histórias da nossa cultura’, e fomenta a participação de vários agentes educadores das crianças: equipe diretiva, professor e família.
A culminância da Plenarinha está acontecendo em todas as Escolas Municipais de Educação Infantil (Emeis) da rede. Assim como nos anos anteriores, a escolha do tema foi realizada por votação e participação dos professores, através do Google Forms. Cada unidade de ensino trabalhou a temática conforme desejou e, a partir disso, as turmas produziram suas atividades e estão realizando mostras até o final do mês de novembro.
As ações foram direcionadas e acompanhadas pelo Guia de Orientação, elaborado pela Coordenadoria de Educação Infantil (Coeinf), responsável pela realização do projeto e cujo a equipe presta apoio e supervisão durante todo o processo de construção da Plenarinha. O documento estruturado mostra como promover o tema na prática utilizando pesquisa, brincadeiras, musicalidade e outros aspectos, abordando como as crianças devem usar seu tempo de forma satisfatória e o que deve ser priorizado na primeira infância junto às famílias.
Coordenadora da Coeinf, Núbia Lira explica que, quando as crianças sentem-se felizes, têm mais valorização do espaço de convívio, do aprendizado a respeito do mundo, da escola como um espaço saudável e das pessoas com quem convivem.
“A brincadeira é a prática da vida para a criança. O tema deste ano traz a valorização disso na nossa sociedade. A primeira infância é um caminho extremamente necessário para que haja um lugar de conforto em todo o processo de aprendizado. Por exemplo, às vezes a gente acha que aprender a conviver, que é um grande desafio do mundo moderno, é quando você diz uma regra ao filho ou aluno, mas não é. O caminho prioritário não é esse, porque quando eles têm esse aprendizado dentro do processo do brincar, aprendem a se relacionar respeitosamente. É algo que se conhece na prática”, explica a coordenadora da Coeinf.
A partir da autonomia das escolas no desenvolvimento do tema, algumas evidenciaram a musicalização, outras a pesquisa, as atividades manuais ou as brincadeiras de roda, e assim por diante, resultando em uma diversidade de abordagens a respeito do brincar como agente cultural e de desenvolvimento na infância. “A ideia é que as crianças digam para o mundo o que é o universo das brincadeiras infantil, que não é vazio, há um conhecimento vivido e falado. Eles precisam associar a brincadeira a diversos conhecimentos, como a literatura, cultura popular, espaços de rua, a natureza e etc. Ressaltando as várias possibilidades”, complementa Núbia.
Autonomia e desenvolvimento
Quando perguntado o que a aluna Mariana Guedes, da turma de 4 anos da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Bebé Tiúba, do bairro Luzia, se ela gosta mais de mexer no celular ou brincar presencialmente com outras crianças, ela logo respondeu: “gosto mais de ficar brincando porque estou com meus amiguinhos e é mais legal. Eu me divirto muito”.
Na Emef, o tema foi relacionado às brincadeiras de rua. Além do passeio para soltarem pipa no Parque Augusto Franco, na quinta-feira, 31 de outubro, os alunos tiveram a presença dos pais na escola e, juntos, participaram de atividades como cabo de guerra, ovo na colher, corre cotia e corrida do saco. Além disso, os estudantes consultaram e gravaram depoimentos dos avós contando como brincavam e o que mais gostavam de fazer quando crianças, e apresentaram a culminância de todas estas ações nesta segunda.
Coordenadora pedagógica da Emef, Rute Menezes conta que assim que recebeu a orientação da Plenarinha da Coeinf, no início do ano, iniciou o desenvolvimento do tema junto às professoras. Ela diz, ainda, que a Emef dará continuidade a atividades que evidenciam o tema durante a rotina escolar.
“É um resgate da infância. Claro que hoje a nova geração vive uma realidade diferente, um novo modelo de sociedade, em que já nasceram com a tecnologia, mas é importante ressaltarmos a importância do movimento do corpo e do convívio. Por isso, as crianças não só participaram das atividades abordadas em sala, mas brincaram, se divertiram, inclusive com seus pais. Foi lindo de ver. Todos foram participativos e houve uma interação muito boa”, relata a coordenadora.
Mãe da aluna Maria Liz Araújo, de 4 anos, Michelle Araújo expressa que o trabalho desenvolvido na Plenarinha deste ano não só evidenciou as possibilidades de desenvolvimento através das brincadeiras para a filha, mas também resgatou a infância dos pais e famílias dos alunos.
“As ações da Plenarinha tiraram as crianças da tela como protagonistas, como está nesta geração, e trouxe a importância das brincadeiras, despertando a história dos pais e avós, e fortaleceu a ideia da presença dos pais nas atividades dos filhos. A gente sabe que não é bom somente entregar um celular e pedir que fiquem quietos, é fundamental interação e o tempo de qualidade com eles. Eu leio muito com minha filha, brincamos de quebra-cabeça, levo ao parquinho. Vou tentando ajustar meu tempo e procuro ser participativa”, detalha Michelle.
Imagem: Ascom Semed