Baixa produção de urina, presença de sangue ou, ainda, coloração escura são alguns sinais de alerta de uma complicação renal, com necessidade de atendimento de urgência. E para atender esse perfil de paciente, na rede de saúde da capital, a Prefeitura de Aracaju, através da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) elaborou e vem executando uma linha de cuidado específica com o fluxo de atendimento de urgência dialítica em adultos e crianças.
Esse atendimento é realizado na Unidade de Pronto Atendimento Fernando Franco, por demanda espontânea ou encaminhado pelo serviço de Saúde. Feita a recepção desse paciente, ele passa pelo atendimento clínico para identificação da urgência dialítica e, havendo quadro agudo, com necessidade de diálise de urgência, a equipe entrará em contato com a Central de Regulação das Urgências (CRU), para solicitação de remoção desse paciente para a unidade hospitalar (que, nesse caso, deve ser atendido pelo Hospital de Urgência de Sergipe – HUSE). Quando não houver necessidade de diálise de urgência, ainda na UPA, o paciente será tratado clinicamente para estabilização do quadro e, havendo compensação, ele recebe alta e volta a ser acompanhado por sua Unidade Básica de Saúde (UBS) de referência.
Quadros descompensados
O médico da SMS, William Barcelos, explica que, quando o paciente necessita de transferência para a unidade hospitalar, chegando ao HUSE, ele será avaliado pelo médico plantonista. Caso haja manutenção do quadro agudo, será solicitada uma vaga na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
“Na UTI, o caso passa a ser avaliado juntamente com o nefrologista de referência, com objetivo de estabilização clínica. Havendo essa compensação clínica, o paciente recebe alta e volta a ser acompanhado por sua UBS. Casos que não apresentam melhora, são reavaliados pelo nefrologista para prescrição e tempo de hemodiálise, para que seja feita a solicitação da vaga, para início do tratamento”, explica o médico.
Sinais de complicação renal
Pessoas com insuficiência renal ou doença renal crônica podem apresentar sinais de complicação renal ou, ainda, pessoas que até então não haviam apresentando manifestações dessas doenças também podem apresentá-los. Sendo assim, é importante ficar atento aos sinais de alerta.
São sinais de complicação renal, com necessidade de atendimento de urgência: oligúria (baixa produção de urina), anúria (falta de urina), hematúria (presença de sangue na urina), urina escura; sedimentos visíveis, uremia (níveis elevados de resíduos no sangue); potássio maior que 7mEq/L; acidose metabólica servera (pH menor que 7,2); encefalite urêmica; edema agudo de pulmão.
“Percebeu algum desses sintomas, é essencial buscar o serviço de urgência, para que a equipe preste toda assistência necessária, seguindo a linha de cuidado elaborada para pacientes com essa demanda. O quanto antes buscar o serviço, maiores serão as chances de estabilização do quadro”, salientou William Barcelos.
Sintomas de DRC
De acordo com o Ministério da Saúde e dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia, 7,2% das pessoas acima dos 30 anos e entre 28% e 46% dos indivíduos acima dos 64 anos têm Doença Renal Crônica (DRC) no mundo. No Brasil, a estimativa é de que mais de dez milhões de pessoas tenham a doença. Atualmente, em Aracaju, 589 pacientes estão sendo acompanhados, sendo 220 com insuficiência renal e 369 com diagnóstico de doença renal crônica. Com avanço silencioso, a doença renal crônica pode demorar a manifestar sintomas e, para isso, é fundamental a avaliação médica regular, uma vez por ano. Entre os sinais que podem gerar suspeita de DRC estão: o aumento do volume e alteração na cor da urina; incômodo ao urinar; inchaço nos olhos, tornozelos e pés; dor lombar; anemia; fraqueza; enjoos e vômitos; e alteração na pressão arterial.
Fonte: AAN