A realização do sonho da casa própria e da moradia digna para os moradores da antiga Ocupação das Mangabeiras, no bairro 17 de Março, avançou, mais uma vez, nesta quarta-feira, 18. O prefeito Edvaldo Nogueira entregou 372 unidades habitacionais da segunda etapa do Residencial Mangabeiras Irmã Dulce dos Pobres. Com o ato, a gestão municipal totaliza a entrega de 1.076 casas do residencial, restando agora a finalização da construção das demais 244 residências. Para o projeto, estão sendo investidos R$ 124 milhões, dos quais R$ 116,7 milhões são provenientes do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e R$ 7,9 milhões de contrapartida do município, destinados ao aluguel social.
Durante a entrega das novas casas, Edvaldo recordou a situação na qual viviam as famílias, quando existia a antiga ocupação. O gestor também salientou a importância de promover dignidade e qualidade de vida, através da moradia própria.
“As pessoas viviam em condições difíceis, em barracos, expostos a lama e a poeira. Nós retiramos essas pessoas do antigo local, colocamos elas no auxílio moradia, investindo mais de R$ 7 milhões, e, agora, estamos entregando mais casas, trazendo dignidade, qualidade de vida e felicidade. É por isso que me sinto muito feliz por estar aqui, encerrando um ciclo, entregando o residencial que é uma obra extraordinária e que mudou de forma efetiva a vida das pessoas. Todo o investimento que fizemos, de mais de R$ 120 milhões, em moradias e residências, levam às pessoas a oportunidade de viver com tranquilidade e dignidade para cuidar dos seus filhos. Estamos próximos do Natal e essa entrega simboliza o amor, a felicidade e a paz que devemos cultivar, principalmente, para aqueles que mais precisam”, destacou.
Residencial Mangabeiras
A construção do Residencial Mangabeiras Irmã Dulce dos Pobres é fruto do compromisso da gestão municipal com a promoção da qualidade de vida para a população que mais precisa, promovendo a redução do déficit habitacional no município. As residências entregues nesta etapa seguem o modelo sobreposto, sendo elas de três tipos: 352 padrão; 8 acessíveis; e 12 acessíveis isoladas. Todas elas possuem sala, dois dormitórios, cozinha e área de serviço.
Em setembro deste ano, foram entregues as primeiras 704 unidades, assim como a infraestrutura completa do residencial, com 19 ruas, contendo pavimentação asfáltica, redes de drenagem pluvial, esgotamento sanitário, água potável e energia elétrica, passeios em concreto e acessibilidade.
“Hoje é mais um dia de entrega de unidades habitacionais do Residencial Mangabeiras. Esse trabalho é resultado de um projeto realizado ao longo de cinco anos, mudando completamente a face desse lugar onde as pessoas viviam em condições quase subumanas. Após esse tempo, muitas negociações e conversas com a comunidade, estamos entregando mais 372 casas, do total de 1.320, para as famílias que residiam na antiga ocupação. Esse é um conjunto de casas com o tamanho adequado para as pessoas, além de já contar com infraestrutura, área de lazer e muito mais. Para esses novos moradores, estamos entregando também o Título de Legitimação, que garante a posse das residências. É mais um dia de realização de sonhos”, detalhou o secretário municipal da Infraestrutura e presidente da Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb), Sérgio Ferrari.
Moradia e dignidade
Segundo a secretária municipal da Assistência Social, Rosária Rabelo, além de contemplar as famílias que residiam na antiga Ocupação das Mangabeiras, as casas de hoje também foram entregues para parte dos aracajuanos que receberam auxílio moradia da Prefeitura por mais de 10 anos.
“A sensação é de dever cumprido, encerrar o ciclo dessa gestão concretizando um grande sonho do cidadão, que é ter a sua moradia. Hoje a gente cumpre mais uma etapa do projeto Mangabeiras, para poder realocar o restante das famílias que estavam antes na Ocupação das Mangabeiras. É uma felicidade muito grande porque nesta etapa também estamos realizando parte das famílias que estavam no auxílio moradia há mais de 10 anos. Não tem felicidade maior do que essa, de conseguir concretizar o grande sonho de muitas pessoas. Isso é trazer direitos e proteção social para as famílias mais vulneráveis da cidade”, afirmou.
“A espera acabou”
Gecélio dos Santos é uma das pessoas que recebiam o auxílio moradia da gestão municipal com garantia de uma qualidade de vida. A partir de agora, ele realiza o sonho de ter as chaves de sua casa própria.
“Estou há 13 anos recebendo auxílio moradia, porque fui da primeira ocupação da Água Fina. Hoje finaliza uma espera que me deixava ansioso, mas graças a Deus esse dia chegou. Agradeço muito ao prefeito por estar ajudando a realizar um sonho que não era somente meu, mas de todos esses que estão aqui e que agora estão recebendo suas casas. Faço um pedido a todos aqueles que receberam suas casas, que cuidem delas. Não tem nada mais precioso do que o nosso lar, esse é o maior bem que a gente tem na vida. Foi um presente de Natal que Deus mandou para mim, o maior presente da minha vida”, relatou.
Reserva das Mangabeiras
Paralelo ao projeto da construção do residencial, a gestão municipal também criou a Reserva Extrativista (Resex) das Mangabeiras Irmã Dulce dos Pobres, em abril de 2022. A Unidade de Conservação (UC) possui uma área superior a 94 mil m². O principal objetivo dela é assegurar o uso sustentável e a conservação da mangaba, protegendo os meios de subsistência e a cultura da comunidade que faz uso dela para extrativismo. Isso garante a permanência e proteção de um dos poucos remanescentes da espécie na cidade. Além disso, a Prefeitura, através da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Sema), realizou o plantio de 140 mudas da espécie.
O local é gerido por um conselho deliberativo, presidido pela Sema, e constituído por representantes de órgãos públicos, de organizações da sociedade civil e da população tradicional residentes na área. O gestor da Sema, Alan Lemos, conta como a criação da Resex foi uma solução sustentável encontrada pela Prefeitura para garantir a permanência desse fruto no local e continuidade dos trabalhos das famílias que dependem economicamente da comercialização da mangaba.
Na Resex é permitida a visitação pública e a pesquisa científica, desde que seja autorizado pela Sema. São proibidas a exploração de recursos minerais, recursos madeireiros e a caça amadorística ou profissional no local.
Fotos: Marcos Panxão/PMA