A prefeita de Aracaju, Emília Corrêa, participou da primeira edição do programa “SerMulher Escuta” na manhã desta terça-feira, 22, uma iniciativa da Secretaria Municipal do Respeito às Políticas para as Mulheres (SerMulher), voltada para ouvir de forma ativa as demandas das marisqueiras da capital. O encontro aconteceu na sede da Colônia de Pescadores Z-1, localizada no Centro da cidade, e contou com a parceria da Universidade Federal de Sergipe (UFS).
A ação marca o início de uma série de encontros voltados para diferentes grupos de mulheres, com o objetivo de construir políticas públicas com base em suas realidades e especificidades. Durante o evento, as participantes compartilharam experiências e reivindicaram melhorias em áreas como saúde, infraestrutura e apoio à atividade pesqueira.
A prefeita Emília Corrêa destacou a importância de se aproximar das mulheres que movimentam a economia local com o seu trabalho diário nas marés. “A importância das marisqueiras, das pescadoras, que geram economia para o município, que passam por muitas dificuldades. A gente tem conhecimento de algumas necessidades, mas precisamos ouvi-las. É só a partir da escuta que conseguimos entender onde o poder público pode chegar com políticas públicas realmente efetivas. Como uma prefeita mulher, não poderia ser diferente. Precisamos estar próximas das mulheres da cidade, entendendo suas dores, suas urgências e as prioridades de cada grupo”, afirmou a gestora.
A secretária municipal da SerMulher, Elaine Oliveira, reforçou que a proposta da escuta é justamente promover esse canal direto com os diversos segmentos femininos da cidade, garantindo que as ações futuras sejam construídas de forma colaborativa. “É com muita honra e felicidade que iniciamos esse programa com as marisqueiras. Já tivemos a conferência municipal, mas agora vamos aprofundar a escuta por grupos, para que possamos formular políticas públicas de verdade, com base na vivência de cada mulher. Hoje, temos uma parceria com a UFS e a professora Ana Rosa, que vai nos ajudar a mapear as necessidades específicas dessas trabalhadoras. E o próximo encontro será com as mangabeiras. Em seguida, vamos escutar mães atípicas, mães solo e mulheres negras ainda neste mês de julho”, explicou a secretária.
Para as marisqueiras presentes, o momento foi de valorização e esperança. Ariolina Santos, que marisca desde os 12 anos no Rio Vaza-Barris, trouxe relatos fortes sobre as dificuldades enfrentadas no dia a dia. “A gente trabalha na lama quente, exposta ao sol o tempo todo. Precisamos de atendimento médico, de um ginecologista, um dermatologista. E temos muitos prejuízos com redes rasgadas, âncoras de lanchas que danificam nosso material. É uma luta constante. Eu espero que a prefeita possa nos ajudar, porque a gente precisa de apoio pra continuar vivendo do nosso trabalho com dignidade,” relatou Ariolina.
A presidente da Colônia de Pescadores Z-1, Silvânia Lima, anfitriã do encontro, se mostrou otimista com os encaminhamentos do projeto. “Eu estou confiando que vai dar tudo certo. As marisqueiras vão falar o que estão sentindo, o que precisam, e agora que a prefeita chegou, vai ser ainda melhor. A presença dela mostra que estamos sendo vistas e ouvidas.”
O SerMulher Escuta continuará com encontros periódicos ao longo do ano, sempre buscando compreender a realidade das mulheres aracajuanas para transformar escuta em ação. A ideia é esses encontros sejam realizados mensalmente, sempre priorizando um grupo específico de mulheres.
Foto: Ronald Almeida/Secom PMA