A prefeita Emília Corrêa esteve nas ruas acompanhando de perto as ações do Comitê Operacional de Aracaju (COA), voltadas à redução dos impactos causados pelas chuvas na capital. Nesta terça-feira, 20, no bairro Salgado Filho, a gestora conferiu o trabalho das equipes da Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb), que atuavam na desobstrução de bueiros na rua Urquiza Leal para melhorar o escoamento da água. Em seguida, a prefeita esteve no bairro Porto D’antas, no Loteamento Copacabana, onde ouviu moradores sobre os transtornos causados por uma obra executada na administração anterior, cujas falhas já começam a afetar diretamente a rotina da comunidade.
De acordo o último boletim do COA, desde o início do alerta, emitido às 10h20 pela Defesa Civil de Aracaju, o acumulado das chuvas na capital sergipana já atinge 102 milímetros no dia e 422 milímetros no total do mês. O volume ultrapassa em mais de 50% a média histórica de maio, que é de 275 milímetros.
“A Prefeitura está presente em toda a cidade. Temos ido aos locais, identificado os problemas e buscado soluções. Na Rua Urquiza Leal, por exemplo, observamos que a drenagem existente é antiga e subdimensionada, o que compromete o escoamento da água. Esse tipo de situação não foi tratado no passado”, afirmou a prefeita Emília Corrêa, enquanto percorria um trecho da via, onde os bueiros já haviam sido desobstruídos pela equipe da Emurb. Ela também destacou a atuação rápida da gestão na zona norte da capital.
“A Zona Norte é uma das áreas que mais me preocupam, porque concentra uma população mais carente, que foi esquecida por muitos anos. Precisamos fazer acontecer. Claro que, dentro do tempo do mandato, não conseguiremos resolver tudo de imediato, já que há muito a ser feito e o tempo passa rápido. Mas o compromisso está em avançar cada vez mais. As tubulações em boa parte da cidade são inadequadas, e a drenagem, muitas vezes, não cumpre o que deveria, justamente por falta de cuidados anteriores. Mas agora, vamos cuidar. Já estamos fazendo muito trabalho preventivo ”, assegurou.
Para Júlia Haruco, secretária em um escritório de advocacia no bairro Salgado Filho, a ação imediata da prefeitura teve um papel fundamental. “Quando a água sobe, ela vem junto com o esgoto, e isso acaba trazendo muita sujeira para cá. Fica tudo sujo, então esse trabalho é muito importante. Também pela questão da mobilidade, para que os carros e as pessoas consigam transitar livremente por aqui”, afirmou.
Loteamento Copacabana
No Loteamento Copacabana, a prefeita Emília Corrêa, ao lado da coordenadora da Defesa Civil, Valéria Bispo, e do secretário municipal de Infraestrutura e presidente da Emurb, Sérgio Guimarães, acompanhou as ações emergenciais realizadas pela Emurb e ouviu de perto os relatos da população sobre os impactos das chuvas. Um dos principais pontos levantados pelos moradores foi a obra de fechamento de um canal executada pela gestão anterior, que tem provocado transtornos significativos para a comunidade. Durante a visita, a prefeita recebeu um documento assinado por mais de 150 famílias que cobram providências.
De acordo com o publicitário Gabriel Matos, morador do loteamento, a transformação do antigo canal em via pública comprometeu o escoamento da água, afetando diretamente mais de 50 residências. “Essa rua era um canal que recebia toda a água da chuva. Depois da obra, as casas começaram a alagar, os pisos estão cedendo, as paredes rachando, as casas estão virando piscinas. A água não tem mais para onde ir, e a gente pede uma solução urgente para isso”, relatou.
O secretário da Infraestrutura, Sérgio Guimarães, afirmou que, por determinação da prefeita Emília Corrêa, serão buscadas soluções rápidas para o problema. “A gente compreende a situação dos moradores, e a orientação da prefeita é que isso seja resolvido com urgência. Vamos nos reunir com uma comissão de moradores e, junto com nossa equipe de engenheiros, convocar a empresa que executou a obra e analisar quais medidas poderão ser adotadas”, destacou.
Comitê Operacional
O Comitê Operacional de Aracaju (COA) é formado por diversos órgãos da administração municipal, incluindo a Defesa Civil municipal, Emurb, Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) e a Secretaria Municipal da Família e da Assistência Social (Semfas), que atuam de forma integrada para reduzir os impactos causados pelas chuvas.
De acordo com o COA, os maiores volumes de chuva continuam sendo registrados no bairro Ponto Novo, com 89 milímetros nas últimas seis horas e um pico de 43 milímetros em apenas uma hora. A maior rajada de vento registrada até o momento foi de 23 km/h na região da Atalaia.
Até o momento, foram registradas 12 ocorrências relacionadas às chuvas, sendo sete por alagamento e quatro por avaliação de risco de colapso estrutural. Não há registros de deslizamentos de terra, quedas de árvores, vítimas, desalojados, desabrigados ou interdições de imóveis.
A Defesa Civil também confirmou o transbordamento de canais nas avenidas Ministro Geraldo Barreto Sobral e General Gentil Tavares, localizadas nos bairros Jardins e Getúlio Vargas. As equipes seguem monitorando as áreas com maior vulnerabilidade.
Em situações de emergência, a população pode acionar a Defesa Civil pelo número 199.
Foto: Karla Tavares/Secom PMA