
3 de junho é celebrado o Dia da Conscientização Contra a Obesidade Infantil, a data serve de alerta à população sobre os cuidados necessários para combater esta doença que afeta milhares de crianças em todo o mundo. Cerca de 80% dos casos de obesidade infantil estão relacionados com alimentação errada e excessos de alimentos industrializados, ricos em açúcares e gorduras, além da irregularidade nos horários das refeições, principalmente neste momento em que as crianças estão fora das atividades escolares e sem atividade física, devido à pandemia da Covid-19 (coronavírus).
A nutricionista pediátrica do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), Maria de Lourdes Alves, ressalta que muitas vezes a criança chega com o paladar alterado na pediatria. “Há uma tendência a dar alimentos industrializados. Fruta dá trabalho, demora a fazer o suco e mesmo que seja da fruta, as mães adoçam demais, quando a criança chega aqui na pediatria o paladar dela está totalmente alterado, sempre pedem mais açúcar. Outra questão é o mingau com multicereais, eles são ricos em açúcares e as mães ainda acrescentam mais”, explicou a nutricionista.
Na Pediatria do Huse é realizado um trabalho de conscientização nutricional, onde as mães são orientadas sobre a importância da alimentação mais saudável para que a criança não adoeça com muita frequência. “Esse trabalho de conscientização não é fácil, nem para a mãe, nem para a criança, muito menos para a equipe, já que ela está acostumada a comer lanche. O ambiente é diferente de casa, de onde ela está acostumada a conviver, mas a gente também vê grandes resultados aqui”, enfatizou Maria de Lourdes.
Cardápio
O cardápio servido na Pediatria do Huse é vasto e variado, além de ser nutritivo. As crianças têm a possibilidade de escolher as frutas, por isso, os nutricionistas além de servirem frutas regionais (banana, melancia, melão, tangerina, mamão) eles oferecem outras opções como pêra e ameixa. Há ainda o café da manhã, quando são servidos alimentos como macaxeira, batata-doce, inhame, banana da terra, arroz-doce, entre outros.
Outro ponto importante é a criança se alimentar e aprender a comer junto com a mãe para que seja estimulado. Na Pediatria do Huse são fornecidas seis refeições: café da manhã, colação (lanche da manhã), almoço, lanche da tarde, jantar e a ceia (lanche noturno). É servido suco da fruta, não industrializado. Para a criança que está acima do peso é oferecido iogurte desnatado, já para a criança diabética, o suco é diet.
“Para as crianças que estão abaixo do peso, com anemia ou com alguma necessidade mais elevada de vitaminas e minerais, o hospital também fornece suplementos que são os nutricionais e elas se recuperam muito bem, até aquelas que chegam com problemas de verminose”, ressaltou a nutricionista Maria de Lourdes.
É fundamental criar a rotina, esse alerta é dado pela nutricionista pediátrica. “A alimentação tem que ser saudável para todos. É preciso criar a rotina de comer a cada três horas e não quando sentir fome, pois isso vai acarretar problemas nutricionais”, concluiu.
Fonte: SES