O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira (10), a Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic 2020), a qual investigou questões específicas sobre a gestão de riscos e de desastres, com o objetivo de disponibilizar estatísticas sobre os eventos que implicam riscos na área dos Municípios. As informações coletadas dizem respeito aos principais eventos causadores de desastres naturais, ocorridos nos últimos quatro anos (2017, 2018, 2019 e 2020).
Conforme o estudo, em Sergipe, nos últimos quatro anos, 41 municípios (ou 54,6% do total) foram atingidos pela seca, sendo 24 em 2017, 15 em 2018 e 2 em 2019. Em oito municípios houve o surgimento ou aumento de área de desertificação.
Contudo, os resultados apontam que somente 11 municípios tinham um plano de contingência ou preservação para a seca, diante de 36 municípios que realizam distribuição regular de água através de carros-pipa em épocas de situação de estiagem. Além disso, 18 municípios afirmaram construir poços, 17, cisternas e 11, açudes e barragens.
Somente cinco municípios afirmaram ter um incentivo público à agricultura adaptada ao clima e solo da região, com sistemas de irrigação e nenhum afirmou ter ações de uso sustentável dos recursos naturais (fontes de energia eólica ou solar, planos de bacia, programas de conscientização e sensibilização.
Os municípios atingidos, conforme o IBGE, são: Amparo de São Francisco, Aquidabã, Campo do brito, Canhoba, Canindé de São Francisco, Capela, Carira, Cedro de São João, Cristinápolis, Cumbe, Feira Nova, Frei Paulo, Gararu, Graccho Cardoso, Itabaianinha, Itabi, Japoatã, Macambira, Malhada dos Bois, Moita Bonita, Monte Alegre de Sergipe, Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora das Dores, Nossa Senhora de Lourdes, Pedra Mole, Pinhão, Poço Redondo, Poço Verde, Porto da Folha, Propriá, Riachão do Dantas, Ribeirópolis, Salgado, Santa Luzia do Itanhy, São Miguel do Aleixo, Simão Dias, Telha, Tobias Barreto, Tomar do Geru e Umbaúba.
Nacional
De acordo com os resultados da Munic 2020, os episódios de seca atingiram 2 916 (53,4%) Municípios; em 2017 eram 2 706 (48,6%). Comparando-se as informações da Munic 2017 e 2020, além do aumento na proporção dos que declararam episódios de seca, observou-se uma mudança significativa com relação à distribuição regional desses Municípios.
Em 2017, a Região Nordeste, conhecida pelas secas frequentes, intensas e com importantes impactos, foi a que apresentou a maior proporção de municipalidades afetadas por esta tipologia de desastre (82,6%), enquanto a Região Sul, a menor (10,7%).
Em 2020, porém, a Região Sul, foi a mais afetada (71,5%), ficando a Nordeste (65,7%) com a segunda posição e, com a menor proporção, a Norte (30,4%) (Tabelas 125 e 126, disponíveis no portal do IBGE). Dos Municípios que declararam ter sido atingidos pela seca na Munic 2020, 1778 eram os mesmos que informaram esse evento na Munic 2017.
Quanto às Unidades da Federação, as que registraram as maiores proporções de Municípios atingidos pela seca foram Rio Grande do Sul (88,9%) e Rio Grande do Norte (86,2%), sendo a menor proporção registrada em Rondônia (12,8%).