Esporte, lazer e superação. Cerca de 45 senhoras da melhor idade, participam do grupo de capoeira Negaça onde garantem ter conquistado mais saúde e qualidade de vida. A aulas são realizadas há três anos, no auditório da Praça da Cultura (CEU’s), localizada no Conjunto Marcos Freire I.
De acordo com o mestre de capoeira, Roberto Mangaliza, a atividade está sendo desenvolvida com o objetivo de fazer com que essas mulheres conheçam um pouco mais sobre a cultura da capoeira, além de fazer com que elas pratiquem uma atividade física diferenciada no seu dia a dia.
“Há três anos nos dedicamos a fazer com que essas meninas da terceira idade tenham mais saúde e qualidade de vida. Aqui recebemos pessoas com problemas de saúde grave, mas que após iniciarem às atividades conosco alcançam resultados maravilhosos, passando a desenvolver todas as atividades, claro, dentro dos seus limites. Conseguimos fazer com que elas gostassem e adotassem a capoeira na vida delas”, explica Roberto.
O projeto surgiu em 2014 e, foi mantido pela atual gestão do Prefeito Padre Inaldo, que apoia e incentiva cada vez mais que a população participe. Mas não é apenas na saúde física que os resultados podem ser vistos. A interação social e a convivência com outras mulheres também têm ajudado essas mulheres a superar doenças psicológicas, como a depressão.
Josefa Mendonça foi uma das primeiras a entrar no projeto e conta que se sente muito melhor depois que conheceu o esporte. “Adoro os mestres, às vezes chegamos aqui com alguns problemas e ao sair eles desaparecem. Já trouxe quatro amigas para conhecer as aulas, por me sentir bem, e queria que as outras pessoas tivessem a mesma sensação. Fiz muitas amizades aqui e é por isso, e muito mais, que eu paro o que eu tiver fazendo para vir para aula. Não perco por nada”, revela.
Um dos exemplos a serem seguidos é o da dona Terezinha, que com 75 de idade, dá um show, na capoeira e em corridas de rua, a última foi a Volta de Socorro, com 7,5km. “Eu acho uma atividade muito importante, a gente se fortalece, os professores são super pacientes. Esse é mais um dos exercícios que eu faço, porque eu também corro, pode colocar qualquer atividade que eu faço sem problema nenhum”, afirma.
Outro exemplo de superação é o da Erondina Santos, 65 anos. Ela conta que após um câncer intestinal, a capoeira mudou sua vida para melhor. “A capoeira é o equilíbrio da minha vida. Quem é doente, deveria fazer para sobreviver e quem não tem problema de saúde, fazer para manter a saúde. Já tive câncer no intestino, era diabética, hipertensa, vivia sofrendo em cima de uma cama e em hospitais. Quando fiz a cirurgia e me recuperei, fui autorizada a fazer atividade física, foi quando entrei na capoeira. Hoje nem parece que já passei pelo que eu passei. Nasci de novo e sou muito mais feliz. Estar aqui me deu vida nova, me equilibrou. Me fez muito bem, recomendo para qualquer pessoa, não deixo a capoeira por nada”, relata.
Fotos e reportagem: Giovani Mangueira