Desde quando começou a pré-campanha eleitoral que este colunista vem acompanhando a agonia de muitos pré-candidatos a vereador em Aracaju e chegou a uma conclusão: as novas regras da legislação para a eleição deste ano só beneficiam aqueles que buscam a reeleição, que já possuem um mandato eletivo. E se estamos vivendo em tempo de crise financeira, onde quem já é vereador anda reclamando da sorte, imagine para quem não tem o suporte técnico e financeiro de um mandato?
A saída é clara: ou o pré-candidato vai para o “sacrifício” este ano ou desiste do sonho que é uma eleição sob o voto popular. E é este o momento em que todos os pré-candidatos precisam se valer do bom senso. Tem gente que tem voto, verdadeiramente, que consegue reunir parte de seu agrupamento. Já outras pessoas não conseguem agregar tanto. É tempo de gastar a “sola do sapato”…
A nova lei eleitoral reduz o período da campanha e traz outra mudança fundamental: ela reduz a participação dos pré-candidatos a vereador pelo rádio e pela tv. Para quem já é uma figura pública ou que já tenha o mandato, ficou muito bom. Esta “nova política” beneficia apenas os mais velhos, os mais antigos. Para quem esperava por grandes mudanças na Câmara Municipal de Aracaju, será um choque de realidade…
Em síntese, com menos tempo e estrutura de campanha, muita gente começa a desistir da pré-candidatura antes mesmo do processo eleitoral começar em definitivo. Alguns nomes certamente vão continuar. Muitos preferem fazer uma composição e tentar ajudar alguém com mandato a se reeleger. É a “lei da sobrevivência”. Estamos diante de uma legislação feita para beneficiar quem já está no Poder e que pode “sepultar” muitos discursos e teorias de renovação. Muitos que carregam um ideal correm o risco, apenas, de serem usados como “escada” para políticos mais estruturados e conhecidos publicamente.
Por Habacuque Villacorte/Portal iSergipe