Cerca de 80 adultos, sendo 60 crianças, estão na iminência de serem retirados do local sem nenhum amparo da prefeitura
As dirigentes estaduais do Movimento Organizado dos Trabalhadores Urbanos (MOTU), Djanilde Santos da Silva e Jack Lopes Correia, recorreram ao Núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Pública do Estado de Sergipe para garantir que 40 famílias que ocupam o Conjunto João Alves de Araújo, no município de Malhador, sejam retiradas do local sem nenhum amparo do poder público.
Segundo Djanilde Santos, as famílias passaram a ocupar os imóveis porque não tinham para onde ir. “4º famílias, sendo 60 crianças e um portador de deficiência, passaram a ocupar as casas do conjunto habitacional em 13 de Maio deste ano em virtude do completo abandono dos imóveis. As casas estavam abandonadas com obras inacabadas e servindo de ponto de drogas, prostituição e abrigo de delinqüentes”, relatou
De acordo com o defensor público e coordenador do Núcleo de Direitos Humanos, Sérgio Barreto Morais, as famílias já foram intimidas a desocupar. “A Prefeitura de Malhador já acionou a justiça e foi deferida a liminar de desocupação. A Defensoria Pública impetrou um pedido de habilitação no processo haja vista o grau de vulnerabilidade das famílias, como também, pedimos uma audiência de conciliação, porém, o judiciário negou o pedido. Agora vamos recorrer da decisão”, afirmou.
“Estamos estudando a possibilidade também de pedir auxilio moradia e a inclusão nos projetos habitacionais para tutelar os interesses das famílias que já se encontram lá. A ordem de reintegração já saiu e infelizmente a qualquer momento pode ser cumprida, deixando mais de 40 famílias, com várias crianças e idosos completamente desamparados”, disse o defensor público e integrante do Núcleo de Direitos Humanos, Eric Martins.
“A Defensoria Pública é muito atuante e sempre está de portas abertas em defesa dos direitos do cidadão. Os defensores públicos estão comprometidos com a causa e nos dão esperança de continuar lutando por aqueles que não têm a quem mais recorrer”, destacou Djanilde Santos.
Por Debora Matos