“Toda vez que entro num ônibus as pernas tremem e o coração acelera. Já fui assaltada duas vezes dentro do coletivo, o único meio de transporte que posso pagar e me vejo refém da criminalidade”. Esse é o depoimento de Viviane Araújo, empregada doméstica de 26 anos e que mora no bairro Santo Antônio, em Aracaju.
Ela, assim como todos os aracajuanos que precisam se locomover de ônibus para o trabalho ou para casa, externam o sentimento de pavor diante da insegurança que estacionou no Estado e parece que não tem data para deixar a população em paz.
Estatística
Mesmo com o discurso da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) de que tem intensificado o policiamento e abordagens em coletivos, após a trágica morte do cobrador de ônibus David Jonathan Barbosa, durante um assalto no último dia 13 de julho, os criminosos continuam atuando destemidos.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Aracaju (Sinttra), Francisco de Assis, conta que os assaltos continuam crescendo. Segundo ele, apenas neste mês de agosto, já foram registrados 33 assaltos. No total, este ano, até a última terça-feira (9), foram 1.212 roubos, uma triste média de três assaltos por dia.
“Já foram registrados mais de mil assaltos somente este ano e os roubos a ônibus não param de aumentar. Em média, são três assaltos por dia. Um cobrador foi baleado e morto durante um assalto no mês de julho e se a violência não for contida, poderemos ter mais tragédias. Motoristas, cobradores e usuários do sistema estão correndo risco todos os dias. Alguma providência precisa ser tomada, senão os assaltos continuarão e teremos mais vítimas”, declara Assis, com ar de impotência.
Caminhada
Ontem, pedindo por paz, taxistas, rodoviários e policiais fizeram uma caminhada pela avenida Tancredo Neves, motivados pela falta de segurança que, atualmente, ronda o estado. Segundo Manildo Ramos, presidente do Sindicato dos Taxistas (Sintaxe), somente em 2016, quatro taxistas foram mortos vítimas de assaltos.
“Estamos fazendo um ato pela paz para chamar a atenção da sociedade e das autoridades, porque em Sergipe não há mais segurança alguma. Somente este ano perdemos quatro taxistas que foram mortos vítimas de assalto. A categoria, assim como outras também, está se sentindo totalmente insegura. Queremos que a polícia faça mais blitzes, revistando os passageiros, inclusive, para coibir a ação dos meliantes. Só assim conseguiremos trabalhar com mais tranquilidade”, disse.
Fonte: Portal AJN1