A Sala de Manejo é ligada ao Banco de leite Humano Marly Sarney e faz, em média, 30 atendimentos por dia na maternidade
A Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), equipamento da Secretaria de Estado da Saúde (SES), conta com uma sala de manejo para auxiliar as mães internadas na unidade que apresentam problemas com a amamentação dos recém-nascidos. A sala funciona de 7h às 19h, de segunda a sexta-feira, com quatro servidoras, duas em cada turno, para orientar e dar assistência sobre o processo de ordenha do leite materno.
A sala de manejo da MNSL é vinculada ao Banco de Leite Humano Marly Sarney (BLH), órgão pertencente à maternidade. Segundo a gerente do BLH e nutricionista Miriam Duarte, o serviço é importante para orientar as mães dos bebês nascidos no Centro Obstétrico da MNSL. “É uma sala com profissionais capacitados para orientar as mães na ordenha e captura do leite para doar aos próprios bebês que não podem se alimentar diretamente no peito. O serviço auxilia, também, as mulheres que estão em processo de fissura nas mamas ou com mastite. É um lugar de apoio para as parturientes internadas na maternidade”, explicou Miriam.
De acordo com uma das servidoras que atua na sala de manejo, Iracema dos Anjos, as mães vão em busca de orientação e de alívio. “Principalmente de recém-nascidos internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin) que não conseguem sugar o peito das mães. Elas vêm para cá com as mamas cheias de leite, às vezes até com dores, e nós proporcionamos um alívio e ensinamos a fazer as massagens para retirar o leite, e também colhemos o leite e enviamos para o lactário, para que seja realizado o protocolo e alimentação dos bebês na Utin. Quando colhemos muito leite, enviamos para o BLH fazer o processo de pasteurização para doação”, disse Iracema.
A técnica de enfermagem Marileide Santos trabalha há 14 anos com amamentação. Ela explicou que a sala de manejo faz cerca de 30 atendimentos por dia. “Atendemos, não só as mães dos bebês que estão internados na Utin, mas auxiliamos também as mães internadas em todas as alas. Muitas têm problemas de pega do bebê, de bico do peito plano, bico invertido, e as crianças não conseguem fazer a pega correta. Então ensinamos, demonstramos com os bebês junto às mães e encaminhamos à fonoaudiologia para fazer os exercícios que auxiliam na pega da criança”, acrescentou.
Assistência às mães
É o caso de Rayane Leandro Silva, de 20 anos, que deu à luz à pequena Ana Júlia no último dia 17 de agosto, que tem enfrentado dificuldades no processo de amamentação. “Eu tive diabetes gestacional e fiz o parto aqui. Estou internada na Ala Azul e estava com dificuldade na amamentação. Falaram-me sobre esta sala, e desde que cheguei aqui senti um alívio muito grande. Elas fizeram massagens, coletaram o leite e me ensinaram a amamentar a minha filha diretamente no peito. Mesmo assim, a minha filhinha está com dificuldade, então eu fui encaminhada à fonoaudióloga. Estou muito grata pelo trabalho da equipe”, frisou.
A equipe da Sala de Manejo da MNSL também faz o cadastro das possíveis doadoras de leite. “A equipe identifica as mães que produzem muito leite, fazem o cadastro e as orientam sobre a doação de leite humano. Depois, as servidoras enviam este cadastro para nós, do BLH, e nossa equipe entra em contato com essas mães após a alta hospitalar para dar continuidade à doação de leite. Muitas delas doam o excesso de leite para nós e se transformam em doadoras regulares, fazendo parte da rota do leite, por meio da qual toda semana passamos nas casas e buscamos o leite doado”, ressaltou Miriam Duarte.
Foto: Ascom SES