O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que o governista Partido Socialista Unido (PSUV) ganhou “mais de 300” das 335 prefeituras que estavam em disputa nas eleições municipais desse domingo (10). Essa informação ainda não foi confirmada pelo Poder Eleitoral.
De acordo com o primeiro boletim do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), o PSUV conquistou 22 das 23 capitais e, além disso, ganhou a prefeitura de Libertador de Caracas, onde ficam os poderes do Estado.
Gustavo Delgado, candidato do partido Copei à prefeitura de San Cristóbal, cidade na fronteira com a Colômbia, foi o único opositor que venceu na capital de um estado venezuelano, Tàchira.
A coalizão opositora venezuelana Mesa da Unidade Democrática (MUD) qualificou de fraudulentas as eleições, das quais não participaram três dos quatro grandes partidos da MUD, por considerar que não existiam garantias mínimas.
“Novamente vimos todo o aparelho do Estado abusando do poder, incluindo o uso perverso da Carteira da Pátria, para submeter a vontade de um povo em situação de extrema necessidade”, diz comunicado da MUD, divulgado minutos depois que o presidente Nicolás Maduro comemorou a vitória em mais de 300 das 335 prefeituras.
A Carteira da Pátria é um censo paralelo estabelecido pelo governo, no qual estão inscritos 16 milhões de venezuelanos (a metade da população). Pelo censo, a administração chavista distribui ajuda social e alimentos subsidiados, dos quais muitos venezuelanos dependem.
O presidente Maduro e a cúpula chavista tinham pedido insistentemente aos eleitores para comparecer às urnas com a Carteira da Pátria, de maneira que pudessem se registrar nos postos habilitados pelo Partido Socialista Unido da Venezuela, em frente aos colégios eleitorais.
Essa prática, qualificada por alguns de ilegal, permite ao governo saber quem vai votar.
De acordo com a aliança opositora, que denunciou o fato aos cidadãos, em meio à crise humanitária que o país atravessa, “as irregularidades e a pouca participação marcaram o dia eleitoral”.
Mais de 9 milhões de venezuelanos – mais de 47% do censo eleitoral – foram votar, segundo números do Conselho Nacional Eleitoral, dado que foi considerado falso por vários opositores no Twitter.
Da Agência EFE*