A deputada Kitty Lima (Cidadania), fez um pronunciamento na Sessão Plenária da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) nesta terça-feira (25) voltado para a campanha realizada pela Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down, alusiva ao Dia Internacional da Síndrome de Down, celebrado 21 de março com o tema: “Suporte para quem precisa. Todos juntos apoiando a inclusão! Seja rede de apoio! ”. Ela fez um chamamento na Tribuna para fortalecer a pauta e avançar na construção de um estado mais inclusivo e mais acolhedor, por meio da execução de políticas públicas.
De acordo com a deputada, a data foi escolhida simbolicamente em referência à trissomia do cromossomo 21, alteração genética que caracteriza a síndrome. “O objetivo dessa celebração mundial é promover a conscientização, combater o preconceito e reforçar a importância da inclusão das pessoas com Síndrome de Down na sociedade, portanto o dia 21 é estratégico. Vivemos num mundo diverso onde cada ser humano é único e nosso dever é garantir que todas as pessoas tenham acesso a oportunidades únicas, dignidades e respeito”, afirma.
Kitty Lima informou que a data deve ser chamada para a adoção de políticas públicas que garantam educação, saúde, acessibilidade e empregabilidade para as pessoas com Síndrome de Down. “Esse é o nosso apelo no dia de hoje. Para que todos conheçam, os símbolos para dar mais visibilidade à causa são adotados internacionalmente a exemplo das meias com cores diferentes, como estou usando hoje. Os cromossomos que carregam a nossa carga genética tem o formato semelhante à meias quando observados ao microscópio e como a Síndrome de Down resulta num cromossomo extra, o uso das meias trocadas simboliza essa diferença genética e reforça essa mensagem que ‘Ser diferente é ser normal’. Também temos o laço azul nas cores azul e amarelo, representando a conscientização e a inclusão das pessoas com Síndrome de Down, simbolizando o compromisso de toda a sociedade com a luta por direitos, respeito e qualidade de vida pra essas pessoas”, observa.
A parlamentar alertou que a Síndrome de Down não é uma doença, é uma condição genética. “Pessoas com essa síndrome possuem 47 cromossomos em suas células, em vez dos 46 habituais, devido à trissomia do cromossomo 31. Essa condição pode trazer algumas características físicas e uma maior predisposição às condições de saúde, mas não impede o desenvolvimento, a aprendizagem, o trabalho e a vida social dessas pessoas; pelo contrário: são inteligentíssimas e o que faz a diferença é o acesso à oportunidade e estilo adequados desde a infância e principalmente a inclusão na sociedade desde a infância. É essa a nossa luta; cada pessoa com Síndrome de Down tem suas próprias habilidades, sonhos e capacidades. Nosso papel enquanto sociedade e representantes do povo é garantir que todas elas sejam respeitadas e incentivadas a atingir o seu potencial máximo”, entende.
Kitty Lima acrescentou que a verdadeira inclusão vai além das palavras: exige políticas públicas para garantir o acesso dessas pessoas à educação, ao mercado de trabalho, à saúde e ao lazer. “A família tem um papel essencial nesse processo, mas o estado tem que estar presente como garantidor desses direitos e eu tenho certeza que o nosso estado está aberto a isso, nessa pauta lutando para que as escolas sejam realmente inclusivas para que o mercado de trabalho ofereça oportunidades dignas e as campanhas de conscientização mostrem à sociedade que as pessoas com Síndrome de Down têm muito mais em comum com todos nós do que podemos imaginar. Vou levar essa pauta à primeira dama Érica Mitidieri que é apaixonada pela causa e eu tenho certeza que a gente vai avançar cada vez mais. O governador Fábio Mitidieri já abraça e a gente só vai reforçar”, complementa.
Apartes
Em aparte, a deputada Linda Brasil (Psol) destacou a importância da data para a reflexão e conscientização sobre a garantia de direitos às pessoas com Síndrome de Down. “Infelizmente as pessoas que vivem com Down e as famílias ainda passam por várias dificuldades, seja no acesso aos direitos básicos como saúde, educação e mercado de trabalho. No Brasil, cerca de 270 mil pessoas vivem com Down e aqui em Sergipe a gente percebe também estar havendo uma dificuldade de acessar alguns direitos. Muitas famílias enfrentam demora no diagnóstico e na estimulação precoce, essenciais para o desenvolvimento das crianças. Nas escolas, ainda sofrem muita dificuldade; pois muitos estabelecimentos se recusam a receber alunas e alunas com deficiência ou neurodivergência, pois a direção alega falta de estrutura ou de profissionais capacitados, segundo relatos de pais denunciando a dificuldade de inserir seus filhos na rede regular de ensino. Espero que nessa data importante a gente possa cobrar a efetivação da garantia desses direitos”, reitera.
Segundo o deputado Luizão Donatrumpi (União Brasil), essa uma bandeira que comove muito principalmente devido ás dificuldades pelas quais passam as famílias.
“Muitas das vezes as coisas não acontecem para que essas pessoas com Down sejam beneficiadas justamente por causa da falta de vontade por parte de nós políticos. Eu fui a uma passeata aqui na Orla de Atalaia sobre o autismo e propus ao organizador, que fosse enquadrado todos os políticos que estavam presentes para que se comprometessem com essa famílias e ele se recusou e disse que não ia fazer isso. Aqui na Assembleia eu propus aos deputados que pudéssemos destinar uma parte das nossas emendas visando construir um Centro de Especialidades para cuidar dessas crianças com autismo, com Síndrome de Down. Nós políticos precisamos ter uma atitude concreta, destinando nossas emendas para atender ás nossas famílias, vai fazer a diferença”, acredita.
Geraldo Azevedo
Ainda na sessão, a deputada destacou um Projeto de Resolução de sua autoria, lido no expediente desta terça-feira, propondo a entrega do Título de Cidadão Sergipano, ao cantor, compositor e violinista Geraldo Azevedo.
“Um dos grandes nomes da música popular brasileira. Nascido na cidade de Petrolina, em Pernambuco, Geraldo Azevedo consolidou sua trajetória artística com forte influência da cultura nordestina, em parcerias marcantes com os cantores Alceu Valença, Elba Ramalho e Zé Ramalho. Além de sua inquestionável contribuição para a música brasileira, Geraldo Azevedo tem uma relação especial com Sergipe, participando de festivais e ventos que valorizam a identidade nordestina. Seu carinho pelo estado e influência na Cultura sergipana, justificam essa justa homenagem reconhecendo seu legado artístico e seu vínculo com o nosso povo”, explica.
Por Aldaci de Souza