Programa recupera áreas florestais em processo de desertificação no Alto Sertão
O governador Jackson Barreto esteve com o ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho, nesta quarta-feira, 17, para solicitar prorrogação do programa do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (Fundo Clima) até 31 de dezembro deste ano. O programa recupera áreas florestais em processo de desertificação no Alto Sertão.
Com orçamento superior a R$ 2 milhões, o Fundo Clima orienta os agricultores quanto ao uso correto do solo e à exploração da mata da caatinga de forma sustentável. No aspecto econômico, a Ação identifica a vocação econômica das comunidades em áreas em processo de desertificação, buscando viabilizar alternativas de incremento, de forma compartilhada, da economia das comunidades.
Jackson explicou que mudanças técnicas do Ministério comprometeriam o andamento do projeto e pontuou as ações já executadas no estado, a exemplo de biodigestores em comunidades de assentamento em Poço Redondo e Poço da Folha.
“Viemos solicitar a ampliação do prazo, porque esse programa é importante para a economia do Alto Sertão, ainda mais num período de estiagem que estamos vivendo”, disse, lembrando que em abril, uma equipe técnica do Ministério esteve em Sergipe e anunciou que o programa passaria a contemplar os sete municípios do Alto Sertão e não mais 20 comunidades. Na última semana, a Pasta informou que o Programa encerraria em junho.
Unidades de Recuperação
Os recursos destinam-se à criação de Unidades de Recuperação de Áreas Degradadas (Urad). A intenção do Governo do Estado é, a partir do Fundo, levar a cinco comunidades no Alto Sertão um investimento de aproximadamente R$ 500 mil por localidade.
“Fizemos uma adaptação desse programa para que ele tivesse uma aplicação diretamente focada naquelas áreas de risco de desertificação. É um programa amplo, com foco ambiental, social e econômico, ou seja, quando chegarmos nas comunidades, não podemos simplesmente falar para o homem do campo que é preciso reflorestar, todo mundo sabe disso. Mas essa comunidades precisam ter um meio econômico para sobreviver, então levamos orientação técnica do que é o sistema econômico adequado para aquela comunidade, a questão da preservação ambiental, do uso correto do solo, de uma maneira que possa haver integração entre a produção agrícola e a floresta, ou a caatinga. Também há o lado social, no sentido de proporcionarmos algum auxílio à comunidade, um exemplo, seria construção de banheiros nas localidades que não possuem, entre outros investimento que possam atender a comunidade”, explicou o secretário de Estado do Meio ambiente, Olivier Chagas.
De acordo com o secretário, está sendo feito um estudo criterioso, que levará em consideração as áreas que estão com maior degradação ambiental, e nas quais as comunidades mostram-se com mais carência para aplicação dos recursos. O projeto deverá ser implantado e concretizado no prazo de 12 meses.
Água Doce
Na ocasião, o governador convidou o ministro para visitar o Sertão sergipano para conhecer a implantação do programa Água Doce no estado e solicitou 50 dessalinizadores. O gestor foi orientado a apresentar um projeto com o pedido.
“Já tínhamos conseguido recursos para implantação de 33 sistemas de dessalinização, 15 já foram entregues a comunidade, 10 estão prontos para serem entregues nos próximos dias, e acreditamos que, no prazo máximo de 120 dias, estaremos entregando os oito últimos. Porém, considerando esse período de seca, que já se estende entre 5 e 6 anos, e a perspectiva no momento, que não é boa para os próximos anos, o governador se antecipou em solicitar a ampliação do programa em Sergipe para atender as áreas que estão mapeadas no estado. Por isso, ele fez o pleito de mais 50 dessalinizadores ao ministro, que ficou de avaliar o pedido”, informou Olivier Chagas.
O chefe do Escritório do Governo em Brasília, Heleno Silva, e o secretário de Estado da comunicação, Sales Neto, também acompanharam a audiência no Ministério do Meio Ambiente.
Fonte: ASN
Fotos: Roque Sá