Após 94 dias da deflagração da greve dos médicos, ocorrida no dia 21 de janeiro, a paralisação, finalmente, chegou ao fim. A decisão foi anunciada pelo próprio Sindicato dos Médicos de Sergipe (Sindimed) no final da manhã desta segunda-feira, 24, depois de assembleia com a categoria, onde foi apresentada a proposta construída, de forma consensual, pela comissão do sindicato e pela Prefeitura de Aracaju, que não mediu esforços para colocar fim a esse longo período de desassistência vivido pela população. A partir das 7h desta terça-feira, 25, a população aracajuana já poderá contar com todos os serviços médicos funcionando normalmente.
O fim da greve já havia sido apontado na última quinta-feira, 20, quando o prefeito Edvaldo Nogueira, acompanhado dos secretários de Saúde, Finanças e Governo, André Sotero, Jefferson Passos e Carlos Cauê, respectivamente, abriu mais um canal de diálogo com a categoria, mostrando disposição para resolver a questão a qual se estendia por mais de três meses. O encontro fez parte das sucessivas tentativas da administração municipal para restabelecer o atendimento médico na capital. Apenas na semana passada, duas reuniões entre Prefeitura e sindicato foram realizadas para que houvesse um entendimento.
“O fim da greve é uma decisão muito importante para nós. É o resultado do esforço que temos feito para oferecer à população serviços de qualidade e o nosso compromisso com o trabalhador, além de ser a comprovação da nossa capacidade de diálogo com os servidores. Estamos trabalhando e encontrando soluções para os problemas da nossa cidade. O fim da greve dos médicos é mais uma vitória da nossa gestão”, comemora Edvaldo.
O acordo feito para encerramento da greve prevê o pagamento do salário de dezembro em duas parcelas, sendo a primeira no dia 20 de maio e a segunda em 20 de junho. Para isso, a Prefeitura precisará utilizar recursos da primeira parcela do 13º salário deste ano, que possui pagamento de acordo com o calendário próprio dos servidores. Dessa forma, os médicos que optarem por esse acordo e receberiam a primeira parcela do 13º em junho, passarão a receber dois meses após o calendário normal. A forma encontrada não acrescentará novas despesas aos cofres municipais. “Buscamos um mecanismo, através de um consenso, para resolvermos a questão sem acrescentar novas despesas aos cofres municipais. Os médicos que quiserem receber o saldo salarial, já que a Prefeitura pagou em março e abril duas parcelas do salário de dezembro, devem procurar a administração municipal, e assinalar esta opção”, explicou o secretário.
Linha de crédito
Em fevereiro, a Prefeitura apresentou uma proposta para a quitação da dívida do salário de dezembro, deixado em aberto pela antiga administração, e que motivou o início da greve, segundo os médicos. Através de uma linha de crédito o servidor poderia receber o vencimento integral ou, caso optasse, em 12 parcelas mensais, com direito a um abono. Uma opção que foi aceita por cerca de 60% dos 426 médicos que atuam na Prefeitura de Aracaju e 90% dos funcionários das demais categorias.
De acordo com o prefeito, como todos os esforços foram feitos para que os salários atrasados fossem pagos, a administração esteve em situação confortável para propor e encontrar soluções conjuntas para a greve. “Pagamos o salário de dezembro, através de uma operação de crédito, e 13º salário que estavam atrasados da gestão anterior. Efetuamos os pagamentos dos meses de janeiro, fevereiro e março em dia. E vamos trabalhar para pagar abril em dia também”, detalhou o gestor.
Edvaldo destacou, ainda, que a maior preocupação da Prefeitura de Aracaju é com a população. “Nós já avançamos bastante na área da saúde. Estamos com o abastecimento de 94% dos medicamentos de volta nos postos de saúde, estamos reestruturando as unidades e realizando um bom trabalho. Com o fim da greve, a gente começa a dar passos adiante para melhorar cada vez a saúde pública no município de Aracaju”, frisou.
Segundo o secretário municipal da Saúde André Sotero, o fim da greve representa a volta à normalidade dos trabalhos nas unidades de saúde. “Infelizmente essa greve que ocorreu ainda tem reflexo da gestão anterior que não honrou com seus compromissos e quem mais sofreu com tudo isso foi a população, que passou esse período todo sem assistência. Com o término, a gente tem a certeza que aos poucos conseguiremos colocar nossa filosofia de trabalho, que é normatizar protocolos de atendimento para as 44 Unidade Básica de Saúde”, afirmou.
Fonte: PMA