A Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), equipamento da Secretaria de Estado da Saúde (SES) e que é referência estadual em atendimentos a gestantes, puérperas e recém-nascidos de alto risco, dispõe de oito fonoaudiólogos para atender crianças recém-nascidas que têm problemas com a amamentação, principalmente os prematuros. Os profissionais ajudam os bebês a regularizar as funções de sucção, deglutição e respiração com o objetivo do bom aleitamento materno.
Segundo a referência técnica em Fonoaudiologia da MNSL, Berta Raika de Sousa Sereno, geralmente os prematuros nascem sem as funções estabelecidas, e por isso a organização da parte oral do bebê é de responsabilidade do fonoaudiólogo. “Temos técnicas que viabilizam as funções para que o recém-nascido possa se alimentar. Trabalhamos os reflexos de sucção, deglutição e respiração para que o bebê saiba o momento de utilizá-los e só após levamos ao peito da mãe. A estimulação sensório-motora-oral é necessária porque muitas vezes os recém-nascidos sugam, mas não sabem engolir, ou sugam e engolem, mas não sabem respirar na hora certa”, explicou.
A fonoaudióloga ressaltou que promover a coordenação das funções não é um trabalho fácil, pois os pacientes são crianças muito pequenas. É um desafio para os profissionais, uma vez que a ciência tem avançado e conseguido manter vivas crianças cada vez mais prematuras. “O tempo que o bebê leva para aprender a coordenar as funções é individual e depende de vários fatores, como a idade da criança, dos estímulos que recebeu na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin), ou se tem outros agravos. Cada bebê é avaliado individualmente pelo fonoaudiólogo e daí são diagnosticadas as necessidades. O atendimento e acompanhamento são feitos de forma individual”, disse Berta Raika.
A dona de casa Alessandra de Jesus, mãe do pequeno Gael, destacou o quão importante foi a ação da fonoaudióloga para o bebê conseguir mamar normalmente. “Eu tenho um bico do peito plano e outro invertido. Então estava com dificuldades de amamentar o meu filho, mas com o trabalho da fonoaudióloga isso se resolveu. Foi maravilhoso”, contou.
Foto: Ascom SES