Com o entusiamo de quem aguardou mais de um ano para esse reencontro, crianças, jovens, adultos e idosos mergulharam na programação cultural preparada pela Prefeitura de Aracaju para este sábado, 4, na área verde da Biblioteca Municipal Ivone de Menezes Vieira, no bairro Farolândia. Sob as sombras das árvores da unidade, stands de economia criativa, exposição de fotografias, livros e rodas de debate enlaçavam a atenção de quem chegava para visitar o local.
A programação deste sábado faz parte de um planejamento da administração municipal para a retomada das atividades culturais, se cercando de todos os cuidados. Coordenado pela Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), o evento abriu as portas para o público às 14h, com aferição de temperatura, exigência de máscara e disponibilização de álcool em gel, através de totens na área externa da biblioteca, minimizando os riscos de contágio da covid-19.
“Para promover esse encontro cultural, nós levamos em conta a melhora no cenário pandêmico, com queda de casos de contaminação e óbitos da doença, além do comprometido trabalho da Prefeitura de Aracaju na imunização da população. Mesmo com essas considerações, fiz questão que a gente mantivesse um cuidado rigoroso durante o evento, para que as regras sanitárias fossem cumpridas, como de fato foram. Pudemos testemunhar um evento seguro e, sobretudo, engrandecido com a nossa cultura, reunindo músicos sergipanos, artistas de maior valor, como Hortência Barreto, e um segmento cultural essencial para a nossa classe artística, que é a economia criativa”, enaltece o presidente da Funcaju, Luciano Correia.
Os trabalhos artísticos deste sábado fazem parte das entregas da lei Aldir Blanc, em Aracaju, através dos editais executados pela Funcaju. A Feirinha da Gambiarra, por exemplo, ficou responsável por organizar dez stands com expositores voltados para a economia criativa.
Um dos primeiros visitantes da biblioteca neste sábado foi o pesquisador Marcos Roberto. Entusiasta da arte, ele enalteceu a proposta. “Eu acho extremamente importante esse tipo de evento para reforçar a cena cultural sergipana, e eu bem sei disso, porque eu tenho uma página no instagram sobre quadrinhos e achei extremamente relevante um espaço para dar oportunidade para lojas independentes. A maioria das pessoas aqui não teria espaço em locais grandes, de alta divulgação. Ainda tem o detalhe de reunir num só espaço várias lojas, chamando a atenção de quem passa aqui na região”, disse.
Pela primeira vez podendo expor seus produtos, Victória Luana diz que teve que se reinventar na pandemia e pode viver uma experiência única neste sábado. “Como a gente passou muito tempo em casa, não tivemos contato com clientes e isso chega a ser frustrante, porque não tem aquele elogio, não tem o contato. Agora, graças a essa oportunidade, a gente vai voltando a ver pessoas, tem uma relação de elogio, e isso é muito bom, estou bem feliz. Quero mais vezes”, destaca.
Durante a tarde, a área da biblioteca também foi palco para uma exposição fotográfica da renomada artista sergipana, Hortência Barreto. Simultaneamente, os escritores Michel de Oliveira e Tatiana Hora Alves de Lima fizeram o lançamento dos seus livros financiados pela lei Aldir Blanc, ‘O amor são tontas coisas’ e ‘Flor de hospital’, respectivamente.
“O encontro de hoje à tarde foi muito enriquecedor em vários aspectos. Primeiro, porque foi nesse ensaio de retomada dos encontros presenciais, e segundo, porque foi um encontro de escritores e escritoras com o público. Então, faz com que o nosso trabalho e a nossa produção criativa ganhe outro sentido, porque esse contato é uma troca, uma partilha de histórias que permite a gente construir a literatura. A cena literária sergipana se fortalece e ainda tem muito a se expandir, sobretudo, na relação entre os escritores e cada vez mais leitores conterrâneos. Parabenizo a Funcaju pela iniciativa e espero que esses encontros se frutifiquem”, pontua o escritor sergipano Michel de Oliveira.
Próximo das 16h, Débora Arruda dos Santos promoveu uma roda de conversa com a temática ‘Poesia performada nas ruas de Aracaju: uma prática anticolonial’. O desfecho da programação cultural não poderia ser de outra forma, senão com apresentações musicais dos talentosos músicos sergipanos. Mayra Félix, Alex Sant’Anna e DJ Versianni comandaram o som até as 21h, em palco montado na área externa da biblioteca.
Programação
A Prefeitura de Aracaju, através da Funcaju, segue planejando a retomada das atividades culturais para este mês de setembro, com a continuidade do projeto Quinta Instrumental, no Centro Cultural de Aracaju, e realizações de novos encontros aos sábados na Biblioteca Ivone de Menezes. Toda programação pode ser acompanhada através do site www.maratonaculturalaju.com.br.
Por AAN