Entre 2020 para 2021, a pobreza medida em Sergipe pela linha de US$ 5,5, de acordo com a Paridade do Poder de Compra (PPC), subiu de 35,8% para 47,7%. A extrema pobreza (US$1,90 PPC) também cresceu, saindo de 7,9% para 13,6%. O percentual de pobreza atingiu ainda 48,7% dos nordestinos. O índice de Gini no estado (0,568) também aumentou em relação a 2020 (0,524). Este índice é utilizado para medir o grau de concentração de renda em determinado grupo, sendo que quanto mais próximo de 0, maior a igualdade entre as classes.
A pesquisa, divulgada nesta sexta-feira (2), objetiva proporcionar um conhecimento amplo da realidade social do País e de seus habitantes, a partir de indicadores atualizados sobre temas estruturantes dessa realidade. Nesta mais recente edição, os temas foram organizados com vistas a aprofundar a análise das condições de vida da população brasileira a partir de três eixos fundamentais e complementares – estrutura econômica e mercado de trabalho; padrão de vida e distribuição de rendimentos; e condições de saúde. Os resultados utilizam dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua de 2012 a 2021, entre outras fontes
Desemprego
Entre 2020 e 2021, a taxa de desocupação chegou a 20,6%, segunda maior do país, atrás da Bahia, com 21,3%. Esta foi a maior taxa desde o começo da pesquisa em 2012. A desocupação foi maior entre as mulheres (27,3%) na comparação com os homens (15,5%), assim como na população preta ou parda (21,8%), em comparação com os brancos (16,4%).
Ainda, dos 867 mil ocupados, somente 27,2% tinham carteira de trabalho assinada. É válido ressaltar também que a taxa de formalização de trabalho chegou a 45,9%. Em 2021, 225 mil pessoas estavam sem trabalho e dentre elas, 31,6% estavam procurando trabalho há mais de 1 mês até menos de 1 ano e 28,6%, há dois anos ou mais.
Entre os jovens de 15 a 29 anos de idade, 33% não estudavam e não estavam ocupados em 2021 no estado de Sergipe, o que se reflete em um total de 203 mil pessoas. Este é o maior percentual registrado em Sergipe desde o início da análise em 2012.
Rendimento por cor e raça
Na análise, é possível perceber também uma diferença de rendimento por cor e raça, assim como por sexo. Por exemplo, o rendimento domiciliar médio per capita em Sergipe, no ano de 2021 foi de R$ 922,00, sendo para homens de R$ 966,00 e para mulheres, R$ 881,00.
No caso da população branca, o rendimento médio per capita chegou a R$ 1.371, enquanto para a população preta, o valor recebido foi de quase a metade (R$ 793,00). Ainda, entre os 10% da população com os menores rendimentos, 81,9% são pretos ou pardos.
Outro dado que incide sobre o rendimento da população é que de 2.337 milhões de pessoas, 27,8% têm rendimento domiciliar per capita de meio até 1 salário-mínimo, seguido de 27,6% que recebem de ¼ até meio salário-mínimo.
Pesquisa aponta de modo inédito dados consolidados sobre a pandemia
A pesquisa também trouxe de modo inédito dados relacionados à Covid-19 em uma análise por estado. Os 75 municípios adotaram medidas de isolamento social, mas somente 27 deles tinham alguma medida para regulamentar sanções em caso de desrespeito às normas de isolamento social.
Ainda, em 29 municípios o número de leitos foi ampliado para atender à demanda por internação e em 52 deles houve a instalação de tendas de triagem para o combate da COVID-19.
A pesquisa também apontou que em 2020, o estado registrou 15.793 mortes, sendo 2.484 por Covid-19. O número de casos registrados foi de 112.505, com 1.831 internações em UTI por conta da doença.
Em 2021, o número de óbitos totais foi de 16.644, com maior incidência em homens (9.462) do que entre as mulheres (7.170).
As informações são do IBGE