Em 31 de março de 2025, o regime da Ditadura Militar, que governou o Brasil entre 1964 e 1985, completou 61 anos do golpe militar. E nesta terça-feira (01), um ato no calçadão no centro de Aracaju pediu justiça por todos os que sofreram o processo da ditadura, com a participação da vereadora Sonia Meire (PSOL), que esteve presente na manifestação. A parlamentar também destacou o tema, utilizando a tribuna durante o pequeno expediente na Câmara Municipal de Aracaju (CMA).
“Eu comecei o meu dia participando de um ato em defesa de justiça por todos aquelas e aqueles que sofreram a repressão e a tortura da Ditadura Civil Militar empresarial brasileira. E, no último domingo, foram completados 60 anos que nós passamos por anos de chumbo. Eu tenho 62 anos , e de criança a minha fase adulta, até a entrada praticamente na universidade, eu vivi sob a Ditadura Militar, em que nós não tínhamos a menor liberdade, inclusive de fazer as leituras, e tínhamos que ler livros escondido. Onde houve um enorme desaparecimento de pessoas, torturas de jornalistas e intelectuais, de professores e professoras, de artistas, como também foi o caso inclusive na nossa cidade”, disse Sonia Meire.
O regime militar teve início em 1964 com a deposição de João Goulart, vice-presidente eleito em 1960 e que assumiu o governo em 1961, após a renúncia de Jânio Quadros. Humberto Castelo Branco (1964-1967) foi o primeiro presidente da ditadura, sucedido por Costa e Silva (1967-1969), Emílio Médici (1969-1974), Ernesto Geisel (1974-1979) e João Figueiredo (1979-1985). A ditadura teve um período chamado de milagre econômico, porém terminou com inflação em alta e dívida externa em crescimento, e foi marcado pela ausência de eleições diretas para Presidente e repressão violenta aos opositores, com fases nas quais o Congresso foi fechado, políticos foram cassados, houve censura à imprensa, tortura e assassinato de adversários políticos.
O tema da Ditadura Militar foi destaque internacional, quando recentemente o filme ‘Ainda Estou Aqui’ foi reconhecido nas maiores premiações do cinema mundial. A obra traz a história de um dos desaparecidos políticos da época, e que apenas há pouco tempo foi atestado que ele foi vítima desse processo autoritário, quando foi torturado e assassinado. Quem nasceu em 1964, só conheceria a democracia com 20 e poucos anos, e muitos jovens da época sofreram perseguições. Nas universidades, estudantes e professores sofriam pressões, presenciavam invasões de militares e muitos eram presos acusados de infringir a Lei de Segurança Nacional.
“A Ditadura foi um processo que atrasou e muito o avanço da nossa democracia. E os atos que vêm sendo realizados em todo país são para que nunca mais aconteça a Ditadura Militar e a repressão. Além disso, todos esses atos reforçam a necessidade de punir a todas as pessoas que atentam a nossa democracia, tendo como uma das pautas o pedido de ‘sem anistia’ para quem atenta contra a democracia. Anistia é silenciar, é negar, é omitir os crimes. Silenciar os crimes é não permitir que eles sejam julgados, que eles sejam punidos no rigor da lei. A lei não foi feita para continuar perdoando criminosos, nem aqueles que fazem a opressão contra a maioria da população, é pela defesa da democracia. Por isso, nossa luta hoje é Ditadura Nunca Mais! Sem anistia a quem tentou desestabilizar e organizar um golpe nesse país em 08 de janeiro”, concluiu a vereadora.
Por Assessoria de Imprensa