O percentual de endividamento entre as famílias sergipanas teve uma queda significativa no mês de maio de 2022, quando comparado a maio de 2021, com redução de 42,2%. O dado é do SPC Brasil de Sergipe. De acordo com o diretor da entidade, Carlos Alberto Lyra, a redução deve ter ligação direta com a retomada das atividades de diversos setores, após dois anos de recessão econômica causada pela pandemia da Covid-19.
Ainda conforme o diretor, a redução no endividamento poderá refletir na queda de inadimplência das famílias sergipanas. “Mais de 40% dos sergipanos conseguiram quitar seus débitos. Isso significa que eles estão menos inadimplentes. Essa redução ocorreu porque muitos conseguiram emprego, agora com a retomada dos serviços, como os do setor de eventos, e do próprio comércio também. Os trabalhadores estão voltando ao mercado de trabalho e por consequência pagando as contas”, avalia Carlos Alberto.
Questionado sobre o quantitativo de famílias inadimplentes em Sergipe, o diretor informou que “não tinha essa informação no momento”.
A nível de Brasil, conforme dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), no mês de maio a proporção de famílias com dívidas ou contas em atraso no país bateu recorde, com 28,7% inadimplentes. Esse foi o maior percentual registrado desde janeiro de 2019, quando ficou em 29,10%.
Houve uma desacelerada no percentual de endividados quando comparados os meses de abril e maio, no entanto, mínima, caindo de 77,7% para 77,4%. Quando se compara maio deste ano com maio de 2021, porém, o percentual aumentou em 9.8 p.p no país. Ainda conforme dados da Peic, o principal endividamento é por meio do cartão de crédito, que atinge nível recorde entre famílias com maior renda.
Alguns especialistas de economia, atribuem a desaceleração registrada entre os meses de abril e maio aos programas de transferência de renda, como saques extras do FGTS, antecipações do 13º salário e o Auxílio Brasil, além da melhora no mercado de trabalho, a partir da retomada das atividades presenciais.
Por Laís de Melo
Foto: Jadilson Simões