Tite, enfim, assinou contrato e foi anunciado como técnico da seleção brasileira. O gaúcho de 55 anos foi apresentado nesta segunda-feira pela CBF, em sua sede, no Rio de Janeiro, recebeu das mãos do presidente Marco Polo Del Nero, antes seu desafeto, uma camiseta para a sua mãe, Dona Ivone, e deu oficialmente início a um novo ciclo na sua carreira.
Ele já tem, inclusive, a sua primeira tarefa no novo cargo: viajar até aos Estados Unidos nesta terça-feira para acompanhar o jogo entre Chile e Colômbia, pelas semifinais da Copa América Centenário. Os colombianos serão o seu adversário em sua estreia em casa, no dia 6 de setembro, na Arena Amazônia, em Manaus.
O ex-comandante corintiano carrega também outra convicção: ele terá de se reinventar a partir de agora. Ou se adaptar, ajustar ou mesmo moldar, como insistiu.
“Vamos viajar amanhã para ver jogo da Colômbia (ao lado do tnovo diretor Edu Gaspar, também ex-Corinthians). Tenho que me reinventar como técnico e quero assistir in loco a Colômbia”, disse, em sua entrevista coletiva.
Pressionado por ter assinado manifesto pedindo a renúncia de Del Nero no ano passado, Tite se mostrou tranquilo em relação à sua atitude e ressaltou que terá autonomia para fazer o seu trabalho.
“A minha atividade e convite feito foi para ser técnico da seleção brasileira de futebol. Entendo que essa atribuição é melhor maneira para contribuir com ideia da minha vida: transparência, democratização, excelência, modernidade, é a forma que penso e trago para o futebol. Meu legado pode falar sobre a forma com que conduzi”, afirmou.
“O que foi solicitado, e fico muito tranquilo em conversar com CBF. Houve dois aspectos fundamentais: autonomia e a busca pela excelência, o melhor do futebol, isso eu sei fazer. Campo, análise de desempenho, eu me reformatar enquanto técnico porque Seleção é diferente de clubes. Temos que classificar”, prosseguiu.
“Respeito posições contrárias, já coloquei que me foi dada atribuição com a seleção e é a melhor maneira de contribuir. Um objetivo pessoal de construção de carreira, julguem como quiserem, mas minha contribuição para o futebol é aquilo que sei. Essas ideias de transparência e democratização continuam como princípios meus”, completou posteriormente.
Acompanhado de Edu, seu braço direito Cléber Xavier e de seu filho e também assistente Matheus Bacchi, o atual campeão brasileiro disse que, nas consultas anteriores, não houve acerto porque as situações “não foram postas olho no olho”.
Mais calejado, ele chega como o técnico mais experiente a assumi-la pela primeira vez em sua história.
Desde 2001, somente treinadores vindos do Rio Grande do Sul estiveram à frente da equipe. Mesmo assim, refutou qualquer influência da “escola gaúcha” e assegurou apostar na “escola brasileira”.
Será assim que enfrentará como principal desafio tirar o Brasil da incômoda sexta posição nas Eliminatórias para a Copa-2018.
“Eu tava saindo do aeroporto, um cara falou: ‘Tite, agora são 200 e tantos milhões’. Sei da responsabilidade, mas me preparei e continuo me preparando. Sei que vou pegar atletas já treinados e quero estabelecer relação com outros técnicos e jogadores”, brincou.
Os acertos contratuais com a CBF foram finalizados somente na manhã desta segunda-feira por seu empresário Gilmar Veloz.
Por ESPN.com.br