
O ano de 2020 será marcado por uma série de feriados prolongados. Ao todo, serão nove feriadões nacionais que deverão cair em sextas, segundas, terças ou quintas-feiras, onde há grandes possibilidade de serem estendidos.
O calendário inicia com o feriado de Carnaval, comemorado na terça-feira do dia 25 de fevereiro, mas o “play” na folia é dado no sábado, podendo ser estendido até a quarta-feira de Cinzas. Em seguida, acontece o feriado da Paixão de Cristo, na sexta-feira do dia 10 de abril. No mesmo mês tem o feriado de Tiradentes, dia 21 de abril, uma terça-feira.
Em 1º de maio é comemorado o Dia do Trabalhador, uma sexta-feira que deverá ser emendada com o final de semana. No dia 11 de junho, uma quinta-feira, é comemorado o feriado de Corpus Christi. Julho e agosto seguem sem pausas, mas, em setembro, na segunda-feira do dia 07, comemora-se o feriado da Independência. Em outubro o feriado também cai numa segunda-feira, em celebração pelo Dia de Nossa Senhora Aparecida, em 12 de outubro. Em novembro, o calendário de feriados encerra com o dia de Finados, 02.
Para os trabalhadores brasileiros e sergipanos, as datas comemorativas se tornam uma excelente oportunidade para o descanso. Mas, para o comércio varejista, o ano poderá ser economicamente difícil diante de tantos feriados longos. O Estado do Rio de Janeiro, por exemplo, já computa um prejuízo de aproximadamente R$ 5 milhões para o comércio em 2020, por causa dos feriadões. Em Sergipe, de acordo com o presidente da Associação Comercial de Sergipe (Acese), Marcos Pinheiro, o impacto econômico também deverá ser grande diante dos feriados.
“São 11 períodos que levarão o comércio a fechar as portas, deixando de movimentar a economia em todo o país e levantamentos comprovam o quão expressiva é a perda, que chega a ser 53% maior que este ano. Para nós, empresários, a proposta seguirá com base em iniciativas e dentro do que for dialogado para que períodos importantes não sejam ocasionados em perdas maiores e dentro da expectativa da categoria para manter a economia girando”, disse.
No entanto, nem todos os setores orquestram prejuízos. Os feriados não movimentam o comércio varejista, mas, em contrapartida, elevam a frequência em empreendimentos do setor de turismo e serviços de alimentação. Sábados, domingos e feriados são os dias de maior movimento para as atividades econômicas relacionadas ao turismo, ampliando a circulação de receita no setor. Além disso, essa mesma receita poderá ser revertida para o comércio durante a semana, com a reposição de estoques dos empreendimentos.
Alguns comerciantes acreditam ainda que, com a Medida Provisória da Liberdade Econômica, de nº 881, onde o comércio pode abrir aos domingos, desde que acordado em convenção coletiva com os sindicatos laborais, é o que tem ajudado a manter o ritmo do movimento. O empresário Luiz Fernando, dono de uma loja de confecções localizada no calçadão da Rua São Cristóvão, no Centro de Aracaju, decidiu abrir o estabelecimento nos feriados dos dias 12 de outubro e 15 de novembro desse ano, e aponta que foi possível lucrar 40% do que vende em dias normais.
“Mesmo sendo feriado e tendo que pagar a mais para o funcionário, valeu muito e foi vantajoso. Vamos abrir todos os domingos do mês de dezembro, até mesmo no dia 08, que é feriado. Porque estamos percebendo que o pessoal vem ao Centro da Cidade nesses dias, porque é quando eles têm uma folga, então aproveitam para fazer compras”, aponta Fernando.
Segundo ele, 2020 deverá seguir essa nova tendência. “Estamos nos organizando para saber a lista de quantas lojas vão abrir antecipadamente, para que possamos passar a informação aos consumidores. Porque não adianta abrir sem divulgação. Então estamos nos organizando cada vez mais”, disse.
Reportagem: Laís de Melo/Jornaldacidade,net