Educação midiática é o conjunto de habilidades para acessar, analisar, criar e participar de maneira crítica e responsável do ambiente informacional e midiático
Nos dias atuais, todo mundo produz e todo mundo consome conteúdo. Esse excesso de informações com o qual nos deparamos diariamente pode ser considerado um desafio ao nosso senso crítico. Como diferenciar fatos de opiniões? Como produzir e compartilhar mensagens com responsabilidade? Foi a partir de reflexões dessa ordem que a Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (Seduc), em parceira com o Instituto Palavra Aberta, realizou nesta segunda-feira, 8, uma reunião virtual de sensibilização de diretores e coordenadores pedagógicos da rede estadual sobre a urgência de uma educação midiática no ambiente escolar.
Conforme explicou a coordenadora do Programa de Educação Midiática (Educamídia), Daniela Machado, lidar com os desafios e obstáculos da educação midiática altera profundamente a ideia de alfabetização, pois não basta ler o que chega às nossas mãos; é preciso interpretar a intenção, a autoria e o contexto da mensagem. “É preciso dominar as ferramentas e as linguagens que nos permitem ter voz nesse ambiente, além de acesso e qualidade da experiência. Para isso, pensamos numa mandala da educação midiática na qual se prioriza o tripé ler (letramento da informação e análise critica da mídia), escrever (produtores de conteúdo) e participar (de forma ética, respeitosa, combatendo o discurso de ódio e transformando a sociedade), os quais podem gerar mais responsabilidade e cidadania entre os estudantes”, comentou.
É importante destacar que a educação midiática está presente na Base Nacional Comum Curricular (BNCC); portanto, já é política pública no Brasil. No entanto, a BNCC dá ênfase à cultura digital, assim como à análise de conteúdos jornalísticos e midiáticos. Mas, quando se discutem habilidades midiáticas, está se falando também de práticas de pesquisa, análise de texto, criação de mídias e computação na educação básica. Tudo isso de forma transversal, enquanto prática pedagógica do dia a dia da escola.
Para a educadora do Colégio Estadual Francisco Portugal, Lindiana Paula, a reunião de sensibilização para gestores sobre a importância de uma educação midiática foi uma excelente oportunidade de reavivar preocupações antigas. “A gente precisa oferecer aos nossos alunos melhores condições para eles compreenderem o mundo em que vivem. Neste sentido, fico imensamente feliz e grata de participar dessa atividade. Espero que novos cursos sejam oferecidos a fim de que possamos avançar na educação midiática junto aos estudantes”, reforçou.
A diretora do Serviço de Formação dos Profissionais da Educação (Seforpe/Cefor), Luana Boamorte, enfatizou que “a Educação Midiática está na ordem do dia, sobretudo considerando a missão social que temos de preparar o estudante para uma participação ativa e responsável na sociedade. A reunião foi um momento de sensibilização interessante, que contou com a adesão de muitos colegas. Esperamos, agora, que este movimento chegue aos colegas que estão no exercício da docência”.
O EducaMídia – Programa de Educação Midiática tem por objetivo difundir o tema no Brasil e fornecer suporte e ferramentas para que crianças e jovens desenvolvam as habilidades necessárias para consumir informação de forma segura e responsável. O público-alvo prioritário são professores e educadores do Ensino Fundamental, para que propaguem a educação midiática como o conjunto de habilidades para acessar, analisar, criar e participar de maneira crítica do ambiente informacional e midiático em todos os seus formatos – dos impressos aos digitais.
Por Michele Becker