Em entrevista concedida ao Adiranilton Santos, durante o Programa Cidade em Debate, exibido pela Serigy FM, afiliada ao Portal Lagartense, o vereador-presidente da Câmara de Vereadores de Lagarto, Eduardo de João Maratá, anunciou o rompimento total com agrupamento liderado pelo deputado Gustinho e pela prefeita Hilda Ribeiro.
Segundo o presidente, o mesmo foi ignorado durante os diálogos referentes à aprovação da Lei Orçamentária Anual para 2020 e ao crédito para remanejamento de recursos públicos, que o bloco governista pleiteava os 80%, mas só levou os 5%. “Eles [os Ribeiros] de alguma forma se articularam e há mais de três semanas vinham conversando com todos os vereadores, e em nenhum momento me chamou para conversar”, observou.
De acordo com o vereador, a sua exclusão se deve a uma punição que ele mesmo diz que vem sofrendo dos líderes bole-bolenses, devido a sua amizade com integrantes do agrupamento e com o próprio prefeito afastado, Valmir Monteiro (PSC). “Eu sou um dos poucos vereadores que tem a coragem de tirar uma foto e visitar Valmir. Falo por mim, mas a gente percebe [insatisfação] e eu sou visto com maus olhos, chego em algumas secretarias e me perguntam sobre isso.
E vou confessar: se hoje tem um partido que eu não vou fazer parte, desde o que aconteceu essa semana e que de forma alguma vou estar, é o partido do deputado Gustinho Ribeiro. Isso ai pode ter certeza. Mas antes eu poderia estar com eles e eu sempre deixei isso bem claro: a amizade que tenho com o grupo de Valmir é independente, porque quando vou ver um partido eu vou analisar quem tem uma proposta melhor para o povo, vou ver onde me encaixo melhor com o povo. Então não preciso estar dizendo que estou com A ou B, não”, argumentou Maratá.
Eduardo ainda destacou que tem uma boa relação com os Reis, os Monteiros e que “de certa forma” também teve uma boa relação com os Ribeiros, até os últimos acontecimentos. “Eles que colocaram essa visão de que para ser amigo dos Ribeiros tinha que ser inimigo dos Monteiros. A gente fez campanha junto! Quantas e quantas vezes a gente não via o deputado Gustinho Ribeiro e a própria prefeita beijarem a cabeça de Valmir?”, salientou.
“Teve um momento que eu não queria votar no deputado Gustinho Ribeiro e o próprio Valmir chegou e disse: “Não, rapaz, ele é do agrupamento”. Então não acho que deva ser punido, por ter uma questão de amizade com A ou com B. […] Eu acho que a administração deveria ter respeito a mim, porque minhas amizades são um problema meu. Se eles queriam algo, então deveriam mudar a minha visão e não chegar da forma que chegaram na Equoterapia, punindo as pessoas somente porque o companheiro Josivaldo entendeu que deveria dar apenas 5% [de remanejamento]. Vários amigos meus foram retirados. Teve secretário que saiu daqui para dizer: ‘Você é amigo de Eduardo e Eduardo votou contra a administração. Por isso, os amigos de Eduardo estão fora’. Isso é um absurdo!”.
Para Eduardo, os atos da gestão Hilda Ribeiro após o ocorrido na Câmara Municipal de Vereadores vão de encontro a nova política pregada pelo deputado Gustinho Ribeiro, além de serem desnecessários. Na visão dele, nenhum programa social ou ações da gestão serão atrapalhadas devido aos 5% de remanejamento que fora concedido. “O que quero que a população entenda é que estamos cansados de ver caçambeiros passando cinco meses sem receber, transporte escolar a quatro meses”, justificou.
Por Thiago Farias/Portal Lagartense