A 20ª edição destaca matérias e reportagens que abordam práticas religiosas de matriz africana, cuja influência é notória na formatação da feição cultural sergipana
Mais uma edição da revista Cumbuca já está disponível. A 20ª edição destaca matérias e reportagens que abordam práticas religiosas de matriz africana, cuja influência é notória na formatação da feição cultural sergipana. O material é produzido pela Editora Oficial do Estado de Sergipe(Edise), órgão suplementar da Empresa de Serviços Gráficos de Sergipe (Segrase), tendo como editor o jornalista Amaral Cavalcante. A edição conta ainda com a produção da jornalista Cândida Oliveira.
Tem-se, na capa da revista, a produção da design Gabi Etinger, com as ilustrações feitas por Yuri Cirulo. A publicação inicia com uma breve história do Candomblé em Sergipe, tecendo explicações consideráveis sobre a acentuação nagô adotada por Mãe Bilina, no Terreiro Santa Bárbara Virgem, em Laranjeiras, na primeira metade da década de 1970 do século XX, contada pela pesquisadora e professora Beatriz Góes Dantas.
Há também uma narrativa registrada pelos jornalistas Ícaro Novaes e Alisson Castro, ‘Filhos de Obá: Mais de Um Século de Resistência’, na qual conta a história desde a abolição da escravatura aos dias atuais, tendo ilustrações de artigos e objetos dos tempos de escravidão expostos no Museu Afro em Laranjeiras. Ainda no texto há um depoimento de Breno Monaim Santos, filho de santo e seguidor da religião Filhos de Obá, que conta sobre as dificuldades enfrentadas por essa comunidade afro-brasileira ao longo do seu século de existência, e sobre o preconceito sofrido na própria pele, pela família e pelos demais.
‘A política da valorização do negro é cada vez pior em Sergipe’ afirma o ator, produtor cultural e pesquisador Severo D’Acelino, um lutador ferrenho contra todo e qualquer tipo de preconceito à raça negra, em uma entrevista a jornalista Aldaci de Souza. Valorizando a cultura sergipana, o jornalista Gilson Souza apresenta três grandes músicos do estado, sendo eles Mestrinho, Saulo Ferreira e João Ventura. Raimundo Venâncio traz para a Cumbuca o teatro sergipano, com o musical dramático Billie Holiday, a Canção. A poesia de João Sapateiro também está presente.
Além de, tendo por fim pautar o rap como arte suburbana capaz de dialogar com a periferia, por Matheus Brito, a Cumbuca traz consigo diversos talentos regionais, buscando sempre valorizar a cultura sergipana uma retomada aos acontecimentos da Ditadura Militar e seus devidos ícones, escrito por João Augusto Gama. E ainda, uma matéria que conta um pouco a história das terras Aracaju, escrita pelo professor Dr. Jorge Carvalho do Nascimento.
Ricardo Roriz, presidente da Empresa de Serviços Gráficos de Sergipe(Segrase), afirma ter se interessado especialmente por esta edição. “É sensacional realizar esse tipo de abordagem, valorizando e ressaltando a cultura e religião, que é muito forte e está enraizado na sociedade. A revista Cumbuca sempre propõe muito conhecimento”.
Por Ascom/Secult