
Fernando Diniz foi sincero na entrevista coletiva após ser demitido do comando do Fluminense, que perdeu em casa para o CSA por 1 a 0 no último domingo pelo Campeonato Brasileiro.
O comandante, que estava no cargo há oito meses, revelou ter ficado triste com a demissão e acredita que deixará um bom legado para seu sucessor.
“Deixo um time harmonioso, que trabalhou muito. E a gente trabalha muito e machuca muito pouco, o que é importante. A tática é um subproduto, não é o produto principal. O importante é a harmonia, os jogadores serem acreditado”, disse.
“Peguei jogadores desconhecidos e hoje entrego jogadores admirados pela torcida. Temos jogadores observados e convocados para a seleção olímpica. Esses são resultados importantes para mim”.
O treinador alfinetou o vice-presidente Celso Barros, maior responsável por sua demissão, que fez uma reunião com o elenco na terça-feira.
“Eu agradeço às pessoas que merecem ser agradecidas. E são essas três, Abad, Fabiano e Mário. Ontem eu tive uma conversa profunda com o Mário, um amigo que eu fiz. Os jogadores são muito maiores do que aquele tipo de entrevista. Agora, as declarações dele deixaram nas entrelinhas de que o trabalho deveria ser interrompido. Mas quem tem de responder é ele. Não saio magoado com Celso. Só fico magoado com quem eu gosto e com quem gosta de mim”.
“Ele não atrapalhou porque os jogadores não foram afetados. A gente cresceu e continuou jogando. Mas as declarações ficaram nas entrelinhas para todo mundo. Quem pode responder é ele. Eu foquei em quem estava remando junto”, afirmou.
Antigo jogador do clube das Laranjeiras, Diniz acredita que o time irá evoluir até o final do ano.
“Sou péssimo em fazer média, então isso vem do fundo do coração: sou muito grato à torcida do Fluminense. Soube acolher o time e acreditou no trabalho. Sou grato aos jogadores, tivemos uma relação intensa. Eles têm condições de jogar futebol. Talvez a minha saída diminua a pressão. Acredito que o time vai decolar no Brasileiro e passar na Sul-Americana”.
O treinador disse que não acredita que seu trabalho estava desgastado, apesar do time carioca estar na zona de rebaixamento do Brasileiro. Foram 44 jogos, com 18 vitórias, 11 empates e 15 derrotas (49,2% de aproveitamento). Foram 71 gols marcados e 48 sofridos.
“O trabalho iria gerar frutos melhores, acredito nisso. Estava esperando os dois cenários, não sou ingênuo. Mas torcia para ter um pouco mais de tempo. Sempre raciocino o que está errado, mas estou na convicção que estou no caminho certo. O futebol não é só número e a vida também não. Procuro levar a minha vida assim.”
Fonte: ESPN